Joana Cunha
Rio de Janeiro, RJ
O setor de bares e restaurantes enviou carta aos deputados nesta semana criticando a sugestão de Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para o pagamento dos vales refeição e alimentação em dinheiro, mas o deputado, que é relator da medida provisória sobre o assunto, rebateu. Para ele, o argumento de que a mudança quebraria os estabelecimentos é “conversa fiada para tentar manter monopólio”.
Para Paulinho, caso o benefício seja dado em dinheiro, o trabalhador continuará comendo nos restaurantes, desde que a comida seja boa e barata. Os donos de restaurantes acham que o funcionário vai gastar o valor com outras despesas, o que pode colocar em risco os pequenos estabelecimentos, mais dependentes das receitas com vales.
“Quem sabe melhor dessa situação é o trabalhador, não o dono do restaurante nem o dono do tíquete. Se, em uma convenção coletiva, um determinado sindicato fizer um acordo transformando o vale-refeição em dinheiro, não sou eu que vou decidir”, afirma.
Ainda de acordo com o deputado, o relatório da medida provisória considerou as opiniões de todos os interessados, “mas priorizou, ao final, o interesse do trabalhador brasileiro”.
No material enviado ao deputado por meio da Abrasel (associação dos bares e restaurantes), o setor diz que ainda não conseguiu se recuperar do baque da pandemia e agora sofre os efeitos da inflação. Cerca de 30% dos estabelecimentos têm prejuízos mensais e 74% deles não conseguiram repassar o aumento de custos para o cardápio.
Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos