Parte do sucesso da política econômica nacional no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na avaliação do ministro, se dá pelo apoio do chefe do Executivo à equipe.
De acordo com Haddad, nos momentos mais difíceis do cenário econômico nacional, em que a tomada de decisão mostra-se difícil, “Lula tem chancelado a equipe econômica”.
Além do apoio do presidente, Haddad destacou a importância do Congresso Nacional e pontuou o trabalho do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pelo diálogo entre o Executivo e o Legislativo. “Padilha no Congresso Nacional está dando show”, comentou. “O Congresso tem sido atencioso com a agenda econômica do governo.”
Perto do final do ano, contudo, o governo corre para aprovar as medidas econômicas no Parlamento. Na fala, o chefe da Fazenda reconheceu que esta semana é “decisiva” para a gestão Lula 3 e que tais propostas são fundamentais para aprovar um “orçamento equilibrado” em 2024. Ele também citou que a reforma tributária deve ser promulgada ainda este ano e libertar a população do “caos do sistema”.
“Ainda temos muito a resolver e precisamos ter um projeto consistente”, comentou. “Se buscarmos soluções fáceis, não teremos um projeto consistente para o País”. O ministro reiterou a relevância de um trabalho conjunto entre os Três Poderes e o Banco Central.
Haddad participou da abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, cuja reunião nesta terça-feira, 12, teve a apresentação das recomendações de comissões temáticas e grupos de trabalho em áreas como Economia do Futuro, Transição Energética, Primeira Infância, e ampliação ao crédito.
O ministro iniciou a fala dando um contexto de como o governo de Lula assumiu a gestão após o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Diante disso, Haddad citou a queda na taxa do desemprego, da inflação e dos juros que, segundo ele, “começaram a cair de forma consistente”.
De acordo com ele, a economia deve bater 3% de crescimento e 2023 deve terminar o ano com 2 milhões de empregos formados. “Apesar da transição e problemas criados em 2022, conseguimos fazer uma boa agenda para o País”, afirmou.
Nesse sentido, ele relembrou a mudança no ICMS e precatórios para justificar a agenda imposta pela Fazenda em 2023, destacando a revisão das isenções fiscais para um modelo mais transparente. Segundo o ministro, nas próximas semanas, o governo pagará R$ 94 bilhões do estoque de precatórios.
Haddad disse que o governo irá associar ciclo de corte de juros com ciclo de corte dos países desenvolvidos. Além disso, citou o lançamento de um hedge cambial atrelado a projetos verdes e o novo arcabouço e a mudança na meta de inflação. “Mudanças da meta de inflação para contínua tira uma pressão que só existia no Brasil”, avaliou.