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Economia

Crise econômica: entenda a importância da educação financeira para crianças e adolescentes

A cada três estudantes, um aprende a poupar e organizar o próprio dinheiro após participar de oficinas educacionais

Mayra Dias

08/07/2022 18h14

Por mais que não haja como negar sua importância, a educação financeira ainda é um assunto pouco debatido, tanto no âmbito familiar quanto no contexto escolar. O assunto, contudo, é de grande importância, uma vez que o crescimento do país só pode acontecer quando as pessoas em um contexto geral, recebem informações significativas em relação ao seu desenvolvimento financeiro, formação como cidadão atuante e comprometimento com o desenvolvimento de seu país.

Segundo dados publicados pela Associação de Educação Financeira do Brasil em 2021, a cada três estudantes, um aprende a poupar e organizar o próprio dinheiro após participar de oficinas educacionais. Por essa razão, desde cedo, tanto em casa quanto na escola, é preciso ensinar as crianças a guardarem dinheiro na poupança. “Trabalhar a educação financeira na escola é de suma importância, pois o estudante passa a compreender, por meio de vivências, qual o real valor do dinheiro e possibilita reflexões sobre o poupar e investir”, explica a coordenadora pedagógica do Colégio Objetivo DF, Sueli Oliveira.

Pensando em educar de forma a contribuir para uma sociedade melhor, preparando o aluno para a vida fora do ambiente escolar, muitas instituições de educação passaram a trabalhar matérias extracurriculares dentro da sala de aula, e este é o caso do Colégio Objetivo, com o intuito de desenvolver em seus alunos habilidades que sejam essenciais na vida.

Educação financeira na prática

Pais e responsáveis são espelhos e precisam se organizar para mostrar a importância do orçamento e de não gastar mais que se ganha. Por tal razão, as aulas no Colégio Objetivo DF têm como proposta desenvolver a possibilidade dos alunos aprenderem a lidar com situações do cotidiano. “As aulas são recheadas de aprendizagens significativas, pois valoriza o aprender fazendo, ou seja, realizamos simulações da vida prática, como um mini mercado em sala de aula, onde cada aluno pode doar e ao mesmo tempo comprar”, explica a coordenadora. De acordo com ela, são estabelecidos alvos a curto prazo para conquista da turma. “Favorecemos a compra de lanche, com dinheiro real, na cantina da escola, para aprender a questão do troco e valor real do dinheiro”, pontua Sueli.

De acordo com uma pesquisa que o Serasa divulgou neste ano, 68% dos pais e mães consideram a escola como fundamental para ensinar os filhos sobre educação financeira. A professora de matemática do Colégio Objetivo DF, Rosana Ribeiro, explica a importância das crianças e adolescentes se sentirem protagonistas do processo ensino-aprendizagem com vivências dentro da sala de aula. “Esse estudo se faz importante para promover o entendimento sobre o uso correto do dinheiro e o seu valor no dia a dia e para experiências futuras. O estudante começa a identificar suas metas e possíveis conquistas a longo prazo”, defende a docente. “A vivência da Educação Financeira não visa somente economizar dinheiro, mas identificar o que é necessidade e o que é desejo. Quanto mais cedo a criança tiver esse conhecimento, melhor será seu planejamento financeiro para sua vida adulta”, conclui a professora.

Para o estudante do 5º ano, Renan Lopes Francisco, de 10 anos, as aulas de educação financeira são extremamente importantes “pois ajuda na parte de pensar como você vai gastar o dinheiro, se aquele produto que pensa em adquirir é realmente necessário para você ou não”, diz. “Aprendemos como gastar o dinheiro de forma correta. Podemos ter noção de organização sobre os gastos e ganhos desde a infância”, conclui o rapaz.

Segundo Rosana, atualmente, vive-se um momento de muitas incertezas, além de grande alta de preços em muitas mercadorias de consumo importante. Por isso, as aulas de Educação Financeira do 5º ano vêm trazendo a comparação dos preços de algum tempo atrás com o que é vivido hoje. “Os estudantes relatam mudanças na organização financeira da sua família e muitos cortes de coisas que não seriam prioridades no momento. Esses mesmos estudantes têm percebido alguns privilégios diante do que temos observado e vivido no país”, expõe a professora de matemática. “Nossas aulas têm feito que todos reflitam o que desejam para seu futuro, como alcançar, e previsão do tempo que utilizarão para tal. Isso tem refletido inclusive na escolha da carreira que pretendem seguir”, finaliza Rosana Ribeiro.

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