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Brasil

Voa Brasil: Facebook e Google vão remover anúncios falsos do programa

A medida cautelar foi imposta pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, que ainda instaurou processo administrativo

Redação Jornal de Brasília

06/11/2023 19h13

Foto: Agência Brasil

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou ao Facebook e ao Google que retirem imediatamente do ar conteúdos falsos e fraudulentos sobre o Programa Voa Brasil, que não foi lançado ainda pelo governo federal – ele está em fase de estudo e elaboração pelo poder público e empresas aéreas e não há data ou definição para sua implementação.

As duas plataformas terão que remover conteúdos ilícitos e publicidade patrocinada fraudulenta e ilegítima com ofertas do Voa Brasil. Além disso, elas deverão aplicar ações que impeçam o retorno de anúncios falsos sobre o tema e apresentar relatório de transparência detalhado sobre as medidas adotadas, sob pena de multa diária de R$ 150 mil no caso de descumprimento de qualquer uma das determinações.

A medida cautelar foi imposta pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon), que ainda instaurou processo administrativo sancionador, no âmbito do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), para investigar a conduta das duas companhias. O prazo de defesa das empresas nesse processo é de 20 dias.

“Mais uma vez, golpes e fraudes aos consumidores são realizados por meio das plataformas digitais. Tornando ainda mais grave a situação, o conteúdo golpista e fraudulento não é veiculado, simplesmente, por terceiros, mas impulsionado pelas plataformas mediante publicidade paga, o que se reverte em remuneração para as provedoras de conteúdo”, destaca a Senacon no despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 1º, em que notifica as empresas.

Os conteúdos fraudulentos dizem respeito ao Programa Voa Brasil, iniciativa do Governo federal empreendida pelo Ministério de Portos e Aeroportos, que terá por objetivo disponibilizar passagens aéreas em valores acessíveis a determinados segmentos da população, a fim de democratizar o acesso ao turismo. “O Programa sequer foi lançado, e as suas regras para participação ainda não foram definidas, de modo que os benefícios dele decorrentes ainda não foram disponibilizados ao público”, explica.

A Secretaria ressalta no documento que golpistas e fraudadores se aproveitam do contexto de expectativa de cidadãos por mais um “programa inclusivo” para buscar vantagens pecuniárias indevidas dos consumidores e colocar em risco a higidez da ação governamental. “O ardil consiste em solicitar dados e pagamentos dos destinatários do golpe, mediante anúncios monetizados nas plataformas digitais do conglomerado econômico da Meta Inc. e do Google Brasil, que geralmente redirecionam os consumidores aos sites em que serão operacionalizadas as fraudes, e ludibriando os consumidores, que acreditam estarem tomando medidas ativas para se beneficiarem do Programa”.

O órgão ligado ao ministro da Justiça, Flávio Dino, ainda pontua que esse tipo de ação não só gera prejuízos financeiros ao consumidor, mas também causa “grave comprometimento dos investimentos do Estado na execução das políticas públicas” e ainda compromete a credibilidade e a confiança da imprensa tradicional, “visto que diversos dos ardis são difundidos mediante a realização de montagens e de manipulação audiovisual do legítimo conteúdo jornalístico”.

Estadão Conteúdo

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