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Brasil

MPF denuncia grupo acusado de lavar dinheiro do tráfico internacional de drogas para facção

Nesta ação penal, o MPF descreve como uma dessas organizações movimentou cerca de R$ 35 milhões de recursos ilícitos

Redação Jornal de Brasília

17/08/2023 18h40

Dinheiro, Real Moeda brasileira

A Justiça Federal em Porto Alegre recebeu nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou rés 18 pessoas acusadas de lavar dinheiro, em mais um desdobramento da Operação Antracnose.

Deflagrada em 2020, a operação desvendou o modo de atuação de duas organizações criminosas, ambas ligadas à maior facção do Estado do Rio Grande do Sul, envolvendo tráfico internacional de drogas, porte de armas de fogo, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Nesta ação penal, o MPF descreve como uma dessas organizações movimentou, entre junho de 2019 e junho de 2020, cerca de R$ 35 milhões de recursos ilícitos. O dinheiro, segundo a acusação, era obtido a partir do tráfico internacional de entorpecentes, especialmente de cocaína e crack, posteriormente comercializados na Região Metropolitana da capital gaúcha.

O MPF afirma que, para reintroduzir os valores no sistema financeiro regular, o grupo criminoso criou núcleos responsáveis pela lavagem dos recursos oriundos do tráfico. Entre as estratégias utilizadas para esconder a origem ilícita do dinheiro estão a aquisição de bens em nome de terceiros, incluindo imóveis e veículos de luxo; a realização de depósitos fracionados em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao grupo; e a utilização de serviços de “bancos paralelos”, formados por doleiros.

O grupo também se valia de uma gama de pessoas jurídicas para mesclar o dinheiro obtido ilicitamente com recursos lícitos de tais empresas, dificultando a identificação da origem dos valores. Para isso, foram utilizadas empresas de diversos ramos, como transportes de laticínios, revendas de automóveis, injetados para calçados e empresas especializadas na prática de e-sports.

Denunciados

Além de membros do grupo criminoso já condenados por tráfico internacional de drogas, organização criminosa e porte de arma de fogo de uso restrito em outra ação ajuizada pelo MPF, foram denunciados agentes que atuavam exclusivamente nas atividades de lavagem de ativos. Entre essas pessoas estão familiares, amigos e conhecidos dos traficantes de drogas, em nome de quem os bens eram registrados e empresas eram constituídas, usualmente na tentativa de dificultar a identificação de seus verdadeiros proprietários.

Também há entre os denunciados pela lavagem de dinheiro um guarda municipal vinculado ao Município de Novo Hamburgo, cidade considerada o centro de operações das lideranças do grupo criminoso investigado, na Grande Porto Alegre. A prefeitura do município já foi comunicada do recebimento da denúncia para que analise a conduta do agente de segurança no âmbito administrativo.

Além das denúncias apresentadas à Justiça pelo MPF, centenas de bens móveis e imóveis foram sequestrados e apreendidos no âmbito da Operação Antracnose, descapitalizando a organização criminosa.

A Ação Penal 5038973-24.2023.4.04.7100/RS é da titularidade do 4º Ofício do Núcleo Criminal Especializado da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul.

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