Carlos Petrocilo
São Paulo, SP
O primeiro dia de Carnaval de rua em São Paulo, sem a organização da prefeitura, trouxe um clima de apreensão e, ao mesmo tempo, de euforia por parte dos foliões. Em Pinheiros, um bloco não conseguiu reunir adeptos por volta das 13h.
Já o bloco Baco do Parangolé, que há oito anos toma conta dos arredores da praça Aureliano Leite, no bairro da Água Branca, contou com dezenas de pessoas animadas e fantasiadas em torno da banda.
“Isso, sim, tem clima de Carnaval. É uma festa com mais gente, blocos com cortejos e não tem aquele aspecto de evento fechado como ocorreu em fevereiro deste ano”, disse a foliã Marcela Calif.
Uriama Toledo, que se diz rato do Carnaval, afirmou que estava realizado nesta quinta-feira assim que o Baco do Parangolé deu início ao cortejo. “Sou rato de Carnaval, o que teve em fevereiro foi angustiante.
Desta vez, uma pena que a prefeitura não colaborou com a festa. Não teve esse apoio financeiro e de infraestrutura, segurança”, diz Toledo, que levou o filho Martim, de 12 anos.
“Eu estava com medo de vir por causa da pandemia, mas como está melhorando resolvi me distrair, uma forma de esquecer um pouco o que passamos”, falou Martin.
Pelos microfones, os organizadores pediam para que o público permanecesse somente na praça e evitasse, por exemplo, bloquear ruas e calçadas. Segundo Maria Laura Bertazzi, uma das responsáveis pelo Baco do Parangolé, o grupo contou com recursos próprios para contratar banheiros químicos e bancar gastos como serviço de limpeza e equipamento do som.
“Não sabemos quantas pessoas deverão participar. Esse bloco aqui existe desde 2014 e fecha as ruas ao redor da praça, mas muita gente ficou insegura, com medo de alguma intervenção”, diz Maria Laura.