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Brasil

Enel decide vender distribuidora no Ceará para focar SP e RJ

A italiana Enel decidiu sair do mercado do Ceará, para concentrar suas operações em distribuição de energia em São Paulo e no Rio de Janeiro

FolhaPress

22/11/2022 8h50

Foto: Enel/Divulgação

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ

Depois de vender a distribuidora de eletricidade goiana Celg, a italiana Enel decidiu sair também do mercado do Ceará, para concentrar suas operações em distribuição de energia em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A decisão foi anunciada nesta terça-feira (22), como parte do novo plano estratégico da companhia, que prevê maior concentração das atividades também em nível mundial, com a saída de países como Romênia, Peru e Argentina.

O plano prevê investimentos de 37 bilhões de euros (R$ 202 bilhões) entre 2023 e 2025, com foco em seis países: Itália, Espanha, Estados Unidos, Brasil, Chile e Colômbia. A ideia é focar em modelos de negócio integrados e digitalização.

“Isso vai melhorar nossa resiliência a potenciais turbulências futuras e ampliar nossa criação de valor, beneficiando todos os nossos stakeholders [públicos de interesse] e acelerando a independência energética dos nossos países-alvo”, disse o presidente da companhia, Francesco Starace.

Após um período de forte expansão global, a estratégia da Enel agora prevê um estratégico reposicionamento geográfico de negócios, com um plano de venda de ativos de 21 bilhões de euros (R$ 115 bilhões).

O Brasil tem sido um dos focos de crescimento da empresa em energias renováveis, mas também recebeu nos últimos anos grandes investimentos em distribuição de eletricidade pela companhia italiana.

No maior deles, a Enel comprou por R$ 5,5 bilhões a Eletropaulo, que tem a concessão da região metropolitana da capital e passou a se chamar Enel São Paulo. Com a aquisição, a empresa passou a prestar o serviço para 17 milhões de clientes em quatro estados.

Nesse processo de concentração das operações, porém, anunciou em setembro a venda da Celg por R$ 1,6 bilhão, além da transferência de R$ 5,7 bilhões em dívidas à Equatorial Energia. A Enel vinha lutando com problemas de qualidade no fornecimento e sofreu ameaças de perda da concessão pelo governo do estado.

A ideia de vender a concessão do Ceará, diz a empresa, tem como objetivo “ampliar o foco nas redes de distribuição nas megacidades”. A expectativa da companhia é completar seu plano de venda de ativos até o fim de 2023.

Metade dos investimentos previstos pela Enel para os próximos três anos serão destinados a geração de energia. Outros 40% serão destinados a distribuição e os 10% restantes, a serviços ao consumidor. Cerca de 90% dos investimentos em geração serão feitos na Itália, na Espanha e nos Estados Unidos.

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