O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento social que reduzem a disseminação do novo coronavírus em meio à população. Nesta terça-feira (31), em frente ao Palácio do Planalto, Bolsonaro pediu que os governadores e prefeitos revejam as políticas de lockdown impostas nos estados e municípios.
“Não é ficando em casa que nós vamos solucionar esse problema”, declarou o presidente. Mais à frente em seu discurso, Bolsonaro combinou as críticas ao lockdown à declarações divinas. “A fome mata muito mais do que o próprio vírus. Temos que enfrentar a realidade. Não adianta fugir do que está aí. Temos que acreditar em Deus.”
Bolsonaro falou sobre o auxílio emergencial, criado em março de 2020 para reduzir os danos causados pela pandemia. O benefício será retomado em abril deste ano, com parcelas de, no máximo, R$ 375. “O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com estes auxílios, que custam para toda a população e podem desequilibrar toda a nossa economia” ,declarou. “O apelo que a gente faz aqui é que essa política de lockdown seja revista.”
“Eu temo por problemas sociais gravíssimos no Brasil. O auxílio emergencial é um alento. É pouco, inclusive. Reconheço. Mas é o que a nação pode dispensar à sua população”, disse o presidente. Ressalta-se que parte da população terá de devolver o benefício recebido nos três primeiros meses do programa em 2020.
Bolsonaro afirmou que, “em vários países da Europa”, há um “stress” na política de lockdown. Porém, o presidente não deu exemplo. “O que nós queremos realmente é voltar à normalidade o mais rápido possível”
O presidente ressaltou a vacinação no país e disse que “em números absolutos e relativos”, o Brasil ocupa uma boa posição no ranking mundial de nações que mais vacinam a população. “Gostaríamos de sermos os primeiros, mas fazemos o possível.”
Comitê contra a covid
As declarações de Bolsonaro foram dadas após a primeira reunião do chamado comitê contra a covid-19, criado na semana passada, quando são marcadas 300 mil mortes pela doença, um ano após o início da pandemia. Além do presidente, participaram da reunião os presidentes de Senado, Rodrigo Pacheco, e Câmara, Arthur Lira.