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Família só descobre morte de parente com suspeita de coronavírus 50 dias depois

Parentes relataram que entravam em contato com o hospital, por meio do telefone, todo dia e eram informados que o paciente estava bem

Redação Jornal de Brasília

20/08/2020 13h36

A família de um paciente com suspeita de Covid-19 relatou que levou 50 dias para descobrir sobre o óbito do parente.  A informação foi passada nessa quarta-feira (19), após a filha do paciente ir até o Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, onde o homem estava internado, para saber notícias a respeito do pai.

A filha, Tainara Oliveira, relatou que o pai estava internado desde o dia 25 de junho. Por estar com suspeita de Covid-19, o homem não teve contato com os familiares.

No entanto, os parentes relataram que entravam em contato com o hospital, por meio do telefone, todo dia. Nessas ocasiões, o hospital respondia que o paciente estava bem.

Tainara informou que os familiares também costumavam ir até a unidade para entregar roupa de cama limpa para o paciente. Eles ainda pegavam o lençol sujo, levavam para casa, lavavam e devolviam para o hospital.

A esposa de Paulo descobriu a respeito do óbito após o filho dela passar mal. A mulher foi com os dois filhos até a mesma unidade hospitalar onde Paulo estava. Na ocasião, Tainara resolveu visitar o pai.

“Entrei lá, olhei leito por leito e ele não estava lá. Aí, a enfermeira falou: você vai na recepção e pede para puxarem o nome dele para saber onde ele está. Quando fui à recepção, ele não estava mais no sistema. E aí fiquei preocupada”, disse a filha de Paulo.

Ela explica que foi informada de que o pai havia morrido no dia 1° de julho. “Lá no caderno ta escrito que ele morreu dia 1º do 7 de 2020 e foi enterrado dia 5 do 8 de 2020. Um mês e quatro dias pra ser enterrado. E aí, até agora, eu não entendi quem enterrou, como que enterrou porque os documentos dele todinhos está comigo.”

De acordo com a família, o paciente foi enterrado no cemitério de Inhaúma, na Zona Norte.

A direção do hospital informou, através de uma nota, que notificou os familiares por meio de uma mensagem, no mesmo dia do óbito.

“O telegrama é enviado quando a unidade não consegue fazer contato por telefone.A unidade constatou também que o nome do paciente não consta mais na planilha diária de informação aos familiares desde a data do óbito. O hospital está investigando a informação de que a família teria recebido boletins diários. A direção garante que tudo será investigado, inclusive se houve algum reconhecimento do corpo”, diz a nota.

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