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Beleza e Bem Estar

Projeto carioca chega a Brasília com técnica que aplica dreads em calvos e certifica profissionais locais

A tour ‘Africarioca Na Estrada’ desembarca na capital entre os dias 26 a 29 de setembro

Redação Jornal de Brasília

17/08/2023 7h00

Foto: Divulgação

De família de cabeleireiros e trancistas, Lucas Preto, CEO da Africarioca, toca o sonho de transformar a autoestima de pessoas negras através do atendimento acolhedor e dos baldlocs — técnica artesanal criada há dois anos para aplicar dreads em pessoas calvas. O afroempreendedor tem feito a diferença em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e desembarca em Belo Horizonte em setembro no projeto “Africarioca na Estrada”. A iniciativa acontece entre os dias 26 e 29 e vai promover o treinamento de profissionais locais, com o objetivo de movimentar o setor na região e ampliar o conhecimento sobre a técnica.

Segundo o Instituto Omens, cerca de dois bilhões de pessoas enfrentam a calvície no mundo. Somente no Brasil, são 40 milhões de calvos. O procedimento, desenvolvido por Lucas Preto é realizado com needle technique (técnica de agulha) e não utiliza nenhuma substância danosa ao couro cabeludo, possibilitando e estimulando o crescimento nas regiões ainda propícias a terem fios. A técnica depende de alguns critérios de avaliação, como não ser totalmente careca e estar com o cabelo remanescente com, no mínimo, 4 centímetros de comprimento. Além disso, o procedimento também pode ser feito em fios lisos, desde que tenha um tamanho de 7 centímetros de cabelo para manter a prótese bem fixada.

“O primeiro estado a receber o projeto foi São Paulo e essa experiência nos fez perceber a grandiosidade dos “Baldlocs”, como ferramenta de transformação da autoestima, além da imensa procura de pessoas fora do Rio de Janeiro. Nosso objetivo principal é contribuir para proporcionar a mesma condição para quem sofre com calvície em outros estados, e que não tem acesso a uma técnica sem utilização de substâncias danosas à saúde”, analisa Lucas Preto, CEO e dreadmaker da Africarioca.

Foto: Divulgação

Treinamento de dreadmakers locais e movimentação no setor

Além de gerar a possibilidade de mais brasileiros com calvície terem acesso à técnica, o intercâmbio em Belo Horizonte também vai servir como forma de compartilhamento de conhecimento para dreadmakers locais, que vão ser certificados para realizar a manutenção dos clientes atendidos pela Africarioca. A certificação não se restringe ao treinamento prático, que será oferecido durante as visitas, mas também contará com uma mentoria de marketing de até seis meses para que os profissionais consigam divulgar seus trabalhos e precificar o serviço com base no público-alvo.

“Esse intercâmbio é fundamental para a propagação da técnica dos Baldlocs, mas principalmente pelo fato da exclusividade da técnica, que coloca os profissionais dreadmakers em outro nível no mercado, que cada vez mais pede profissionais especializados em técnicas inovadoras para atender o maior número de pessoas, que possuem características únicas e plurais, além de movimentar a economia local e o setor de beleza”, explica Lucas Preto.

O sucesso da inovação e de todo o trabalho de barbearia realizado na Africarioca é fruto de um sonho que começou em 2018, no quintal da casa da sogra de Lucas. Em parceria com o cunhado Hilton Mendes, ele pensou em abrir um espaço que além de oferecer serviços tradicionais, como cortes com máquina e tesoura, se tornasse referência no atendimento à população preta. Com o desejo de ampliar o empreendimento, dois anos depois Lucas pegou um empréstimo de R$ 3 mil para reformar o que hoje é a Africarioca Conceito, um ambiente que além de transformar a autoestima de homens e mulheres, conjuga um espaço para música ao vivo e venda de produtos para manutenção dos serviços.

“O conceito da Africarioca é Cabelo, Café e Cultura. Um espaço que vai além da tesoura porque aqui nós ouvimos o cliente, brincamos, oferecemos uma experiência que vai além. E é emocionante para mim saber que estamos conseguindo levar autoestima através dos dreads, símbolo de resistência do movimento negro”, afirma Lucas.

Todo o trabalho conjunto da Africarioca hoje permite que o espaço seja responsável pela geração de emprego e renda para 13 famílias negras. Em 2018, quando o salão foi inaugurado e os baldlocs ainda não haviam sido criados, apenas três pessoas faziam parte da equipe. Atualmente, o faturamento mensal permite a contratação de 13 funcionários, divididos entre as áreas da beleza, administrativo e comunicação.

Foto: Divulgação

Sobre a Africarioca

Localizada em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a Africarioca nasceu como uma barbearia de bairro, inaugurada em janeiro de 2018 pelo cabeleireiro e dreadmaker Lucas Preto junto a seu cunhado Hilton Mendes, conhecido como Mussum, no quintal da sogra de Lucas. Com sonho de revolucionar o mercado estético afro, após desfazer a sociedade com o cunhado, Lucas há quatro anos pegou um empréstimo de R$ 3 mil para investir na ampliação do empreendimento. Com a aposta dando frutos financeiros e na autoestima de milhares de pessoas, Lucas conseguiu expandir os serviços e lançar um novo espaço em setembro do ano passado:a Africarioca Conceito, um ambiente que além de transformar a autoestima dos clientes, conjuga um espaço para música ao vivo e venda de produtos para manutenção dos serviços.

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