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Música

Em “Felina”, Ediá mostra afetividade pela música e por suas raízes nortistas

Lançamento da faixa ocorre em um show na Infinu, no domingo (30), às 19h30

Ingrid Costa

28/07/2023 10h19

Foto: Thaís Mallon

Ediá é uma cantora, compositora e dançarina que nasceu em Rondon do Pará-PA e veio para o Distrito Federal ainda criança. Com a musicalidade sendo estimulada desde cedo pela família, hoje essa arte serve de base para sua vida pessoal e profissional. No domingo (30), é hora de dar mais um passo na trajetória: a artista vai apresentar ao mundo o single “Felina”, na Infinu, a partir das 19h30.

Em entrevista ao Jornal de Brasília, Ediá conta da expectativa para o show de lançamento de “Felina”, que está no ar nas plataformas digitais desde a manhã de hoje (28). A artista paraense também fala da carreira de modo geral, dos desafios enfrentados na capital do país, inspirações, e projetos para o futuro. Confira:

Como você soube que queria seguir carreira na música?
Comecei a ter contato com a arte com o meu pai. A minha família morava no interior de Rondon do Pará, e ele tocava em vários lugares pela cidade, sempre levando eu e minha mãe junto. Quando eu tinha 7 anos, queria muito aprender a tocar violão e ganhei um dele. Hoje ele tem 63 e continua completamente atravessado pela música, acho muito bonito isso.

Quais os desafios enfrentados na sua vida e carreira ao vir do Pará para o DF?
Sinto que aqui minha arte tem outra perspectiva. É diferente. Vim muito nova do Pará pra cá, sofri com a solidão. Hoje tenho uma rede de apoio e acesso à terapia, mas nem sempre foi assim, tive que passar por muita coisa sozinha. Todos os dias existem atravessamentos e nem todos são construtivos. Mas sou muito grata pelas pessoas que eu convivo hoje.

Quais as expectativas pro lançamento de “Felina” na Infinu? 
É a primeira vez que vai rolar um show de lançamento de uma música minha, tá sendo muito bonito esse trabalho em conjunto com o Aloizio (Lows, produtor). Ele é o primeiro produtor que entende a minha energia musical, ele conversa muito com a forma que eu componho e sinto as músicas. Tem dias em que eu não quero compor, aí a gente fica trabalhando em outras coisas, outras paradas do nosso EP, então é muito fluído. Tô com expectativas altas pro lançamento e também muito confiante, porque a gente trabalhou bastante para que tudo aconteça da melhor forma.

“Felina” fala sobre liberdade e de reconhecer potencial dentro de si. O que te serviu de inspiração pra letra?
Todas minhas composições vêm das minhas vivências, do meu passado, das mulheres que abriram caminho para que hoje eu possa me expressar. Não é fácil pra mim, como mulher, nortista, afroindígena, estar aqui na capital manifestando a minha arte dessa forma.

Além de cantar, você também compõe e dança. O que a arte representa na sua vida?
A arte é um dos principais pilares da minha existência. Acredito que tudo que eu faço tem relação com a música, é muito gostoso como isso flui naturalmente. Ela faz parte da minha vivência — e da minha sobrevivência. É uma válvula de escape muito grande que eu tenho no meu coração; muitos dos momentos difíceis da minha vida eu só consegui passar porque eu cantei e ouvi alguém cantar as coisas que me tocavam.

Quais seus projetos para o segundo semestre?
Eu pretendo escrever um projeto pra arrecadar produtos de higiene pessoal para mulheres em situação de rua, principalmente absorventes. É o mínimo que uma pessoa precisa, e eu quero fazer com que mais pessoas entendam isso. Também tem meu próximo EP de rap.

Ainda tem o “Somar”, projeto que leva música a pessoas com deficiência e que vai trazer a perspectiva das vidas perdidas durante a pandemia e outros assuntos doloridos que vêm de um lugar de empatia. Vamos trabalhar várias questões sensoriais diferentes onde todo mundo possa escutar e acessar. Tá sendo um projeto bem experimental e forte.

Foto: Thaís Mallon

Para mais informações sobre o lançamento de “Felina”, acesse o link.

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