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Dia do Surdo: estudante de cinema identifica que maioria dos filmes em plataformas não têm legenda descritiva

Bia utiliza as mídias sociais para contar como é a sua busca pela acessibilidade na cultura, principalmente na Sétima Arte

Redação Jornal de Brasília

26/09/2022 14h17

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Danyelle Silva e Rayssa Loreen
(Jornal de Brasília / Agência de Notícias CEUB)

A estudante de cinema brasiliense Bia Cruz, que tem deficiência auditiva e é oralizada, identificou em pesquisa que a maior parte dos filmes disponíveis em plataforma não traz legenda descritiva.

“Eu cataloguei 303 filmes na Globoplay, que é uma plataforma de streaming brasileira. Quando você sabe que a plataforma de streaming é nacional você já cria algumas expectativas em relação à acessibilidade”.

Ela identificou que 94,7% desses títulos não tinham legendas descritivas. ”Eu sou estudante de cinema, eu assisto a filmes com frequência. Para estudar cinema eu quero ter referências do mercado que eu estou entrando, eu quero assistir filmes brasileiros mas eu não consigo”

Bia utiliza as mídias sociais para contar como é a sua busca pela acessibilidade na cultura, principalmente na Sétima Arte.

Falta de acessibilidade nos cinemas de Brasília

Em um dos seus vídeos, intitulado como “nenhum cinema é acessível?”, a estudante liga em alguns cinemas de Brasília, questionando se há legendas descritivas, audiodescrição e libras nos filmes em cartazes. “A gente fez o teste e realmente não tem acessibilidade”, diz Bia.

Cripface

O termo Cripface surgiu recentemente nos Estados Unidos e deriva das palavras Crippled ( sinônimo de disable, que significa deficiência) e face (que significa rosto). O significado de CripFace é a prática onde atores sem deficiência representam personagens com deficiência. Esta prática tem uma problematização, pois remete ao capacitismo, visto que não contratam atores com deficiência para representar o personagem com deficiência.

Alguns exemplos de cripface nas produções cinematográficas : o filme Amor sem medida, Fuja, Como eu era antes de você e a série Atypical.

“Isso limita nossa representatividade nas telas, oportunidades de empregos e reforça estereótipos sociais além de mimetizar nossas vivências. Já somos minoria e temos experiências que pessoas sem deficiências não tem. Nos contratem para as produções audiovisuais, na frente e por trás das câmeras”, diz Bia Cruz, em seu vídeo explicando o termo.

De acordo com o IBGE, o Brasil tem aproximadamente 10 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Bia é autora de três artigos publicados em congressos nacionais

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