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Brasília

Semana com três feminicídios terá primeira audiência do caso Jessyka Laynara

Arquivo Geral

07/08/2018 16h24

Jessyka (à direita) foi morta pelo ex-namorado, Ronan Menezes (à esquerda) Foto: Reprodução

Jéssica Antunes
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A semana marcada pelo aniversário de 12 anos da Lei Maria da Penha e por três feminicídios no Distrito Federal também é a que terá a primeira audiência do assassinato de Jessyka Laynara da Silva Souza, 25 anos. Em oito de maio, ela foi morta a tiros pelo soldado da Polícia Militar Ronan Menezes do Rego, que está preso desde aquela época. Na sexta-feira (10), às 14h30, o  Tribunal do Júri de Ceilândia vai ouvir o réu e as testemunhas do caso que chocou a capital do país. Ao menos 18 mulheres morreram nas mãos dos companheiros neste ano no DF.

“Não queremos vingança, queremos justiça!”, diz Letícia Gomes, auxiliar administrativo de 28 anos. Prima de Jessyka, ela espera que uma condenação com pena alta pode servir de espelho para os outros casos. “Nada vai trazer ela de volta, mas com certeza nos dará um pouco de conforto. Nossa expectativa é que, se a Justiça prevalecer ao menos uma vez, é possível que os casos diminuam. Olha o tanto de situações que aconteceram agora…”, afirma.

No dia da audiência, parentes, amigos e conhecidos devem se reunir em frente ao fórum. A ideia não é fazer baderna, com gritos e barulhos. “Não vamos fazer algazarra para não atrapalhar o procedimento. Estaremos lá do lado de fora em oração e na expectativa de que seja um processo com a condenação que ele merece”, explica.

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Semana sangrenta

Em três dias, três mulheres foram mortas pelos companheiros no DF. O caso mais recente ocorreu nesta terça-feira (7), no Riacho Fundo II.  Adriana Castro Rosa Santos foi morta a tiros pelo marido, o policial militar Epaminondas Silva Santos.

Menos de 24 horas antes, a vítima foi  Carla Graziele Rodrigues Zandoná, de 37 anos. Ela morreu depois de despencar do terceiro andar de um prédio da Asa Sul e a principal suspeita é que tenha sido atirada pelo marido, preso em seguida.

No domingo (5), Marília Jane de Sousa Silva, 58 anos, foi alvejada por tiros disparados pelo marido no Recanto das Emas. O taxista Edilson Januário de Souto, 61 anos, fugiu do local e se entregou na noite seguinte ao crime.

Saiba mais

A cada ano, mais de um milhão de mulheres são vítimas da violência doméstica no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme informações de 2015, a Lei Maria da Penha contribuiu para a diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas.

A Lei do Feminicídio foi sancionada em 2015 e colocou a morte de mulheres no rol de crimes hediondos. Em dezembro daquele ano aconteceu a primeira condenação no DF, por crime ocorrido no Riacho Fundo.

 

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