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Brasília

Confirmadas mais seis vítimas de Marinésio

Ao todo, são oito vítimas feitas pelo homem, que responde a sete inquéritos policiais na região

Willian Matos

19/09/2019 11h53

Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, confessou que matou duas mulheres em 2019. Foto: Divulgação/PCDF

Vítor Mendonça
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Foram confirmadas, nesta quinta-feira (19), mais seis vítimas de Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, pela 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina). Ao todo, são oito vítimas feitas pelo homem, que responde a sete inquéritos policiais na região. Ele pode pegar mais de 100 anos de prisão pelos crimes de tentativas e consumações de homicídio e estupro de acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Além da tentativa de estupro e homicídio consumado de Letícia Sousa Curado Melo, 26, em 23 de agosto deste ano, Marinésio responde por outras cinco tentativas de estupro e três violências sexuais confirmadas por ato libidinoso, além da tentativa de homicídio a Janaína Lopes, que contou a história em primeira mão ao Jornal de Brasília. A idade das vítimas está entre 18 e 50 anos, em média — às épocas dos crimes, variante entre 21 e 22 anos.

De acordo com o delegado Veluziano de Castro Salgado, um dos responsáveis pela investigação na 31ª DP, o “maníaco em série” mantinha abordagem padrão das vítimas que aguardavam em pontos de ônibus, preferindo as mulheres que vestiam saia.

Ele costumava abordar mulheres que estivessem de saia nas paradas. Sempre com a mesma história de oferta de carona. Se elas resistissem, as xingava e dizia que as mataria”, afirma o delegado.

Delegado Veluziano de Castro Salgado. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Outros casos

Outros dois casos seguem em investigação pela Polícia Civil da região de Planaltina, com possível participação de Marinésio. O primeiro refere-se à Caroline Macedo Santos, amiga da filha do algoz, encontrada morta nas águas do Lago Paranoá após desaparecimento em 17 de maio de 2018, dois dias após completar 15 anos. A adolescente morava a cerca de 800 metros da casa do investigado.

O segundo caso veio da 5ª Delegacia de Polícia  (área central), por possível tentativa de estupro depois de Marinésio embarcar em seu carro uma passageira na Rodoviária do Plano Piloto. Outros dois inquéritos relatados na delegacia após a repercussão do caso foram descartadas por não haver coincidências e provas objetivas que ligassem as vítimas ao “serial killer”.

Ainda de acordo com o delegado, entre os veículos utilizados nas abordagens estão um VW Polo de cor preta, da irmã de Marinésio, e um VW Gol de cor branca. A Blazer de cor prata, adquirida pelo criminoso em 2013, também foi utilizada em três das novas confirmações. Esse último foi o modelo usado nos homicídios contra a advogada Letícia Sousa Curado Melo, 26, e a auxiliar de cozinha Genir Pereira de Sousa, 47, morta no início de junho deste ano.

Denúncia

Na quarta-feira (18), Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por quatro crimes, sendo um deles homicídio quintuplamente qualificado. De acordo com o órgão, o assassino confesso de Letícia Curado poderá pegar até 43 anos de prisão pelas barbáries cometidas contra a advogada encontrada morta em 26 de agosto.

Uma das qualificações do crime de homicídio cometido por Marinésio é o de feminicídio. De acordo com o promotor de Justiça do Tribunal do Júri de Planaltina, Otávio Binato Júnior, o assassino tem repulsa ao gênero oposto.

“Várias vítimas relataram que, nos ataques, ele as chama de lixo, de uma série de nomes depreciativos. Isso mostra um histórico de desprezo pela condição de sexo feminino. Em virtude disso e da própria circunstância do fato de tentar, inicialmente, estuprar Letícia, o MPDFT entendeu que claramente este é um caso de feminicídio”, constatou.

Outras quatro características agravam a infração. São elas:

  • Motivo torpe, pelo fato de Letícia não aceitar a relação sexual com o homem;
  • Meio cruel, pela asfixia;
  • Dissimulação, por fingir ser “loteiro”;
  • Oferecer transporte com outras intenções;
  • Tentar assegurar a impunidade do crime de tentativa de estupro ao assassiná-la.

Além de homicídio, ele responderá pelos crimes de ocultação de cadáver, por esconder o corpo de Letícia dentro de uma manilha em uma região conhecida como Eucalipto, na rodovia DF-250; tentativa de estupro, por forçar uma relação não consentida pela vítima; e furto, por tomar os pertences que a mulher carregava na ocasião, como o fichário de estudos e o relógio que estava usando como acessório.

O MPDFT também emitiu pedido de prisão preventiva de Marinésio pela garantia da ordem pública. “Entendemos que se trata de um indivíduo de altíssima periculosidade. Talvez provavelmente possamos até falar em um serial killer, mas pelas denúncias apenas não podemos traçar um perfil psicológico de Marinésio […]. Um cidadão que mantenha esse tipo de conduta na sociedade não tem a menor condição de ficar solto”, afirmou Binato.

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