Menu
Brasília

Briga entre pai e filho pode ter motivado feminicídio na Asa Norte

Arquivo Geral

28/01/2019 13h12

Diva Maria, morta pelo marido na Asa Norte. Foto: Raphaella Sconetto/Jornal de Brasília

Raphaella Sconetto
[email protected]

Ranulfo do Carmo Silva, 73 anos, teria discutido com o filho Regis do Carmo Correia Maia, 47 anos, antes de iniciar os disparos de arma de fogo no apartamento onde a família mora, no bloco E da 316 Norte. A mulher de Ranulfo, Diva Maria Maia da Silva, 70 anos, foi alvejada e morreu, Na casa há diversas cápsulas. Segundo o próprio delegado que investiga o caso, a cena é chocante. Vizinhos relatam que brigas entre o casal eram constantes.

Leia mais: Homem mata mulher a tiros e deixa filho ferido na Asa Norte

“Iniciou-se uma discussão bastante acalorada entre o filho e o pai, na sala do apartamento. Até então, a mãe não participava disso. Foi quando, então, o pai pegou uma arma de fogo e disparou contra o filho. A mãe chegou e foi alvejada por vários disparos”, conta o delegado Laercio Rosseto, da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte).

Diva morreu ainda dentro do apartamento, após ter atingida por seis tiros. Regis foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros em estado grave, com hemorragia e duas perfurações, no tórax e no braço esquerdo. Ranulfo fugiu de carro logo após o crime e foi preso pela Polícia Militar, na altura da quadra 8 do Park Way.

Os vídeos abaixo mostram o momento em que o agressor sai do prédio residencial e a hora da prisão.

“Ele está bastante abalado com a situação e sob observação. Estamos mantendo sua integridade física para que ele não venha a tentar contra a própria vida. Vamos conversar com ele assim que o seu estado psicológico permitir”, esclarece Rosseto. “Vários projéteis de arma de fogo atingiram a cozinha, atingiram o quarto. São várias cápsulas deflagradas. A situação é bastante complexa”, descreve o delegado. O registro de arma é investigado.

Momento da prisão de Ranulfo do Carmo Silva, no Park Way. Foto: PMDF/Divulgação

Momento da prisão de Ranulfo do Carmo Silva, no Park Way. Foto: PMDF/Divulgação

Vizinhos relatam briga

Tatiane Martinelli, 41 anos, conta que mora há 30 anos no prédio. Por isso, conhece a família muito bem. Ela conta que a tragédia era anunciada. “Todo mundo sabia que ele batia nela, sabia das brigas”.

Outros vizinhos, que não quiseram se identificar, descrevem Diva como “doce”. “Ela tinha lindos olhos azuis. Era muito sozinha, então, conversava muito com os vizinhos. Descia e ficava embaixo do bloco para conversar com a gente”, conta uma mulher que não quis se identificar.

Segundo essa vizinha, o filho morava no Sudoeste e todos os dias visitava os pais. “É um amor de pessoa. Cuidava bastante dos pais”, aponta.

Ao delegado, a filha do casal confirmou as brigas e que chegou a chamar a polícia e registrar ocorrência por conta das agressões. “Ele não pode sair da cadeia”, disse, em voz alta. Identificada apenas como Rejane, a mulher não quis dar entrevista. Ela está muito abalada.

Foto: Raianne Cordeiro/Jornal de Brasília

 

 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado