Menu
Brasília

Sem acordo, rodoviários e empresas encerram primeira rodada de negociações

Nova audiência entre as partes está marcada para segunda-feira (13), com possível presença do GDF

Redação Jornal de Brasília

08/11/2023 14h49

Foto: MPT

O Sindicato dos Rodoviários e as empresas de transporte público do Distrito Federal reuniram-se, nesta quarta-feira (08), na Procuradoria Regional do Trabalho da 10° Região (PRT-10), para o primeiro dia da mesa de negociações sobre o aumento de salário, da cesta básica e do tíquete alimentação da categoria.

Sem avanço na reunião, as empresas colocaram em debate a possibilidade de retroceder no reajuste salarial de 5.33% que havia sido proposto aos rodoviários, e rejeitado pelos mesmos antes do movimento grevista. As operadoras alegam que sofreram prejuízo de cerca de 3 milhões com a paralisação de 100% dos ônibus na última segunda-feira (06).

Já a Viação Marechal, que retomou as atividades somente na manhã desta quarta-feira (08), projeta um prejuízo ainda maior por conta dos dois dias de greve por parte dos funcionários da empresa. Em contrapartida, o Sindicato dos Rodoviários reforçou o desejo da categoria do reajuste salarial de 8%, de 10% na cesta básica e 8% no tíquete alimentação. Mas não houve acordo entre as partes nessa primeira rodada de negociação.

“Nós queremos seguir a negociação a partir do reajuste recusado pelos trabalhadores, e vamos buscar um reajuste satisfatório para que atenda a categoria. Estamos saindo dessa primeira rodada de negociação do mesmo jeito que entramos, sem nenhuma nova proposta apresentada pelas empresas. Mas esperamos que as operadoras apresentem e melhore a proposta para que possamos levar para a categoria uma proposta satisfatória”, comentou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Jesus.

O Ministério Público do Trabalho, com mediação do procurador regional do trabalho, Adélio Justino Lucas, retificou a vontade do MPT para que se mantenha as negociações a partir do que havia sido proposto em números pelas empresas antes da greve dos rodoviários.

Presença do GDF

A audiência não contou com representantes do Governo do Distrito Federal (GDF), e por isso, o MPT, as empresas de ônibus e o Sindicato dos Rodoviários entenderam que para se avançar em uma decisão o GDF precisa se fazer presente.

“Nós entendemos que para esse processo negocial o Distrito Federal precisa estar presente para poder tentar compreender os reclamos das partes. Então nós designamos uma nova audiência com o GDF. Acredito que avançamos hoje na construção de uma ideia coletiva e a presença do GDF é importante porque o mesmo é o responsável pelo transporte público do Distrito Federal”, comentou o procurador regional do trabalho, Adélio Justino Lucas.

O encontro encerrou sem acordo, mas com nova reunião marcada para a próxima segunda-feira (13), às 10h, na sede da Procuradoria Regional do Trabalho da 10° Região (PRT-10). O procurador Adélio Lucas comunicou que o GDF será intimado para comparecer nesta nova audiência.

O representante da Viação Piracicabana, o advogado Victor Lima, frisou que a negociação é entre empresas e rodoviários, mas explicou a presença do GDF no debate: “Existe uma parte do sistema, uma parcela do valor das tarifas que vem de subsídios, então isso traz a oportunidade e realça a importância de um acompanhamento do setor público do que será negociado”.

Em nota ao Jornal de Brasília, a Secretária de Transporte e Mobilidade (Semob) informou que não participou da audiência de negociação entre operadores e rodoviários por não ser a parte referida no acordo. “Trata-se de uma negociação trabalhista entre os empregadores (operadoras) e os empregados (rodoviários). Mas a Semob está à disposição do Ministério Público do Trabalho para prestar todos os esclarecimentos que forem solicitados, inclusive com participação presencial”, finaliza a nota.

A reunião contou com representantes de todas as operadoras de ônibus do DF: Marcus das Chagas, advogado da Viação Pioneira, Victor Lima, advogado da Viação Piracicabana, Luiz Lima, advogado da São José, Felipe Morais, advogado da Auto Viação Marechal, e Marcela Sahium, advogada do Consórcio HP-ITA (Urbi). Além do presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Jesus, e do diretor financeiro, João Osório.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado