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Brasília

Secretário comprou R$ 6 mi em armas antes de exoneração

A compra foi divulgada na edição do Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta-feira, 17 e o contrato assinado nesta terça-feira, 14

Evellyn Luchetta

17/12/2021 17h27

Prédio da Seape

Geraldo Nugoli é ex-secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal, ele foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Antes da saída do posto, Nugoli autorizou a compra de R$ 6 milhões em armamento, o equivalente a 2,5 mil armas. A autorização é para armas de pequeno porte, como uma pistola calibre 9x19mm.

A compra foi divulgada na edição do Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta-feira, 17 e o contrato assinado nesta terça-feira, 14. As armas foram adquiridas diante de um momento conturbado, dois dias antes da Operação Maré Alta, realizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), junto da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Entenda o caso

A operação deflagrada investiga possíveis corrupções da pasta, inclusive um superfaturamento no aluguel do prédio da nova sede da Administração da Penitenciária do DF, o esquema beneficiaria o ex-vice-governador e empresário Paulo Octávio.

Uma inspeção foi feita nesta sexta na sede da Seape pela Controladoria-Geral (CGDF). A ‘visita’ da CGDF ao prédio, que fica localizado no Setor Bancário Sul, foi feita após Ibaneis ter aceitado o despacho da Comissão Especial de Apuração de Suportas Irregularidades e ter determinado a vistoria. Além de Nugoli, o também ex-secretário Agnaldo Curado, o deputado Reginaldo Sardinha (Avante) e Paulo Octávio, são alvos da investigação.

Além da autorização para a inspeção, o governador da capital federal determinou a instauração de um procedimento para apurar as possíveis irregularidades no prédio da Seape, ele deu 48h para que as medidas fosse cumpridas, além de exigir um relatório que deve ser entregue dentro de cinco dias. Além disso, Ibaneis determinou a adoção de medidas que constam na Lei Complementar nº 840/2011, o intuito é apurar as possíveis infrações cometidas por servidores públicos do DF, como no processo de superfaturamento do aluguel.

Já à Seape, um despacho estabelece a substituição do Executor do Contrato e que a pasta intitule uma comissão, que deve ser formada por três servidores estáveis, para atuar como cumpridora do contrato de locação do imóvel, visto que os anteriores são agora, investigados.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que atua no caso, chegou à conclusão de Sardinha é “dono das decisões” da Seape, ou seja, é o responsável pelas indicações. De acordo com a investigação, o parlamentar foi o responsável por recomendar as nomeações do ex-secretário Agnaldo Curado e do também exonerado, Geraldo Nugoli.

As provas indicam que é Sardinha o responsável real pelas decisões importantes da Seape, isso o coloca diretamente na decisão de escolha dos imóveis que pertencem a Paulo Octávio, o principal beneficiado pelo esquema, e que estão à uso da Seape. A partir dessa escolha, o pagamento dos aluguéis superfaturados é feito.

O que dizem os citados

Em nota enviada a imprensa, Reginaldo Sardinha diz que as denúncias investigadas pela Operação Maré Alta são “completamente infundadas”.

“Encontro-me tranquilo em relação às investigações e também me encontro à disposição da Polícia Civil e do Ministério Público do DF para quaisquer esclarecimentos. Com relação as inúmeras Fake News disseminadas ao meu respeito, já foram acionados advogados para que tomem as devidas providências jurídicas necessárias. Sobre o trabalho que realizamos no mandato, não tenho dúvidas, sempre com honestidade e responsabilidade. Continuaremos lutando com respeito à população do Distrito Federal”, afirma a nota.

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