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Brasília

Secretaria de Saúde admite troca de corpos de bebês no Paranoá

Arquivo Geral

28/06/2018 18h05

Troca de bebês que nasceram mortos no Hospital do Paranoá. (CENTRO) Leonardo Ramos, Dir. do Hospital do paranoá Brasilia:28-06-2018 Foto: Kleber Lima/Jornal de Brasilia

João Paulo Mariano
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A Secretaria de Saúde admitiu que o corpo do bebê que sumiu no Hospital Regional de Paranoá foi enterrado no lugar de outro. A pasta reconheceu o erro: “Identificamos uma falha no processo de identificação dos natimortos”. Foi o que disse o diretor da unidade, Leonardo Ramos, apesar de garantir que o processo é rígido.

Leia também: Homem é enterrado como indigente por engano, em Sobradinho

A gestante Fabrícia da Silva Borges foi ao hospital sentindo contrações na última sexta-feira. No atendimento, descobriu-se que o bebê de 37 semanas não tinha batimentos cardíacos. Era natimorto. Na manhã desta quinta-feira (28), o pai, Francisco Faustino de Morais, deparou-se com o problema ao tentar buscar o corpo no hospital. Desde então, a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investiga o caso.

Erro no serviço social

O diretor Leonardo Ramos, junto à equipe médica, constatou que a assistente social não conferiu com atenção a etiqueta da segunda criança, que deu entrada na unidade no dia 22. A servidora entregou esse corpo para outra família: de um bebê que morreu na 20ª semana de gestação, fruto de um aborto espontâneo.

Ramos assegura que, assim que identificou o problema, entrou em contato com as duas famílias e com a delegacia da região. O enterro do corpo do filho de Francisco ocorreu ontem, no cemitério de Planaltina. O da outra família ainda se encontra na geladeira do hospital.

A tentativa, agora, é dar mais agilidade ao processo de exumação do corpo enterrado para que as famílias não sofram ainda mais. Não há um prazo para que isso ocorra, já que envolve trâmites com diversos órgãos.

Confusão e protocolos
Além da clara falta de atenção, a troca de corpos teria ocorrido porque os nomes dos pais dos dois natimorto são semelhantes. O natimorto que foi enterrado por engano era filho de Fabricia da Silva Borges e de Francisco Faustino de Morais. Já o que se encontra na geladeira era filho de Francisca Nalane da Silva e de Paulo Barbosa de Oliveira.

Apesar das diferenças óbvias de peso, o diretor do Hospital Regional Leste, Leonardo Ramos, afirma que o protocolo de identificação é bom, mas não foi seguido. “Já conversamos com todos e vamos aumentar os protocolos de segurança para que não ocorra mais”, garantiu.

Houve a abertura de um processo administrativo para apurar a situação. Todo o material colhido na apuração interna do hospital vai ser levado para a Corregedoria da Secretaria de Saúde.

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