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Brasília

Família acusa Hospital do Paranoá de sumir com corpo de criança

Arquivo Geral

28/06/2018 16h37

Myke Sena/Jornal de Brasília

João Paulo Mariano
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Uma família do Distrito Federal sofre duas vezes pela perda do filho. A primeira foi na última sexta feira (22), quando a gestante Fabrícia da Silva Borges foi ao hospital sentindo contrações. No atendimento, descobriu-se que o bebê de 37 semanas não tinha batimentos cardíacos. Era natimorto. A segunda foi na manhã desta quinta-feira (28), quando o pai, ao chegar ao Hospital Regional do Paranoá, percebeu que o corpo do bebê não estava na unidade. Desde então, a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investiga o caso.

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Francisco Faustino de Morais acredita que o corpo do filho tenha sido trocado. O homem chegou ao Hospital do Paranoá por volta das 8h30 desta quinta (28). Depois dos procedimentos burocráticos, ele foi reconhecer a criança, mas percebeu que nenhum dos dois corpos que constavam ali era de seu menino.

“Estou numa situação sem saber o que fazer. Houve o primeiro choque da sexta. A gente se programou para o enterro. E, quando chega, descobre isso. Chegar aqui e não achar (a criança) é complicado”, afirma o homem.  O sepultamento estava marcado para as 15h de hoje.

Tristeza
Segundo Francisco, a família inteira está muito abalada com a irresponsabilidade que envolve o caso. O bebê era o primeiro filho do casal, aguardado com muito amor por todos. Já estava praticamente tudo preparado para a chegada do menino.

O susto com a morte do bebê, ainda na barriga, foi grande. Fabrícia estava bem até o momento em que começou a sentir dores. Apesar de a gestação ainda estar na 37ª semana, a grávida começou a sentir contrações. Por volta das 18h, ela chegou ao Hospital do Paranoá, na mesma cidade onde mora, e logo foi percebido que não havia batimentos cardíacos. A cesárea foi feita na noite da sexta.

Nessa segunda-feira (25), a mulher recebeu alta, e o hospital foi avisado de que o enterro seria organizado para hoje.

Secretaria admite erro

A Secretaria de Saúde admitiu que o corpo do bebê que sumiu no Hospital Regional de Paranoá foi enterrado no lugar de outro. A pasta reconheceu o erro: “Identificamos uma falha no processo de identificação dos natimortos”. Foi o que disse o diretor da unidade, Leonardo Ramos, apesar de garantir que o processo é rígido.

O diretor Leonardo Ramos, junto à equipe médica, constatou que a assistente social não conferiu com atenção a etiqueta da segunda criança, que deu entrada na unidade no dia 22. A servidora entregou esse corpo para outra família: de um bebê que morreu na 20ª semana de gestação, fruto de um aborto espontâneo.

Ramos assegura que, assim que identificou o problema, entrou em contato com as duas famílias e com a delegacia da região. O enterro do corpo do filho de Francisco ocorreu ontem, no cemitério de Planaltina. O da outra família ainda se encontra na geladeira do hospital.

A tentativa, agora, é dar mais agilidade ao processo de exumação do corpo enterrado para que as famílias não sofram ainda mais. Não há um prazo para que isso ocorra, já que envolve trâmites com diversos órgãos.

Leia mais: Secretaria de Saúde admite troca de corpos de bebês no Paranoá

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