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Brasília

Saúde do DF atua com estoque reduzido da vacina BCG

Devido a uma redução de remessas por parte do Ministério da Saúde, a capital está recebendo apenas cinco mil unidades mensais

Redação Jornal de Brasília

14/07/2022 18h51

Foto: Fávio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Gabriel de Sousa
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Uma das vacinas mais importantes fornecidas às crianças de até 5 anos, o imunizante Bacilo Calmette-Guerín (BCG) que protege os pequenos brasilienses de doenças graves, como, por exemplo,a tuberculose, está com um estoque reduzido nas redes de frios das unidades básicas do Distrito Federal. Antes, a capital recebia entre 15 e 20 mil doses mensais, porém, o Ministério da Saúde (MS) passou a enviar apenas cinco mil unidades por mês para o DF.

De acordo com um ofício do Ministério da Saúde, a diminuição das doses entregues ao DF foi ocasionado pela “tramitação do processo de aquisição” Ao todo, 14 estados tiveram o seu estoque do imunizante BCG reduzido. Segundo o Governo Federal, esta redução dos envios mensais deve durar até outubro deste ano.

No final de maio, o Ministério diminuiu em 58,3% o fornecimento da BCG para os estados da União. De janeiro a março deste ano de 2022, 1,2 milhões de doses foram distribuídas mensalmente pelo país. A partir de abril, o número caiu para 500 mil doses por mês.

“A readequação se refere à tramitação do processo de aquisição, que envolve a compra propriamente, o desembaraço alfandegário e autorização pela Anvisa para a entrada do produto [imunizante da BCG] no país”, disse o MS em uma nota.

A vacina BCG é um dos imunizantes mais importantes destinados às crianças menores de cinco anos de idade. De preferência, a vacina deve ser aplicada nas primeiras 12 horas após o nascimento do bebê, ou seja, com a triagem sendo feita logo na maternidade.

Ela é eficaz na proteção contra as formas graves da tuberculose, que é provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, e que atinge principalmente os pulmões. Se não tratada, a doença pode provocar sérios problemas respiratórios, emagrecimento, fraqueza e até levar à morte.

DF aposta em uso racional

Para fazer com que os estoque mensais da BCG sejam distribuídos para todos os usuários da rede pública, a SES adequou a distribuição e o consumo médio do imunizante nas sete regiões de saúde do DF. O objetivo, segundo a pasta, é otimizar o uso da vacina até a regularização das remessas em outubro.

“Nosso estoque, assim como dos demais estados, está reduzido, mas acreditamos que não haverá desabastecimento em nossas unidades. A Rede Central de Frio distribui para as redes de frio das regiões e estas, para as suas salas de vacinas. Maternidade sempre tem prioridade no abastecimento, pois é o local com maior taxa de aplicação da BCG”, afirma Karine Castro, gerente substituta da Rede de Frios da Secretaria de Saúde.

As regiões de saúde do DF foram orientadas a se adaptar a esta nova realidade, adotando estratégias que visam “o uso racional da BCG”, tendo em vista que cada frasco do imunizante possui 20 doses. A Atenção Primária da SES organizou o número de unidades que ofertam a vacina de acordo com a necessidade cada região.

Em uma nota exclusiva enviada para o Jornal de Brasília, a Secretaria informou que, até esta quarta-feira (13), 2.900 doses da BCG estavam disponíveis para o uso em crianças de até 4 anos e 11 meses. A pasta informa também que há uma previsão para a chegada de novas remessas ainda nesta semana, mas não informou a quantidade desta nova leva de imunizantes.

O site do GDF informa que a vacinação com a BCG está sendo disponibilizada em 53 unidades de Saúde espalhadas pelo Distrito Federal. Cada instalação possui dias e horários fixos para a aplicação do imunizante contra a tuberculose. A lista completa com mais informações pode ser acessada através do link: saude.df.gov.br/vacinacao-bcg

Vacina é importante para as crianças

Mãe de primeira viagem, Andréia Lopes, de 39 anos, deu à luz ao pequeno Matteo, que recebeu a BCG assim que nasceu em Taguatinga, na metade deste mês de junho. De acordo com a nova mamãe, proteger o seu filho da tuberculose é muito importante para o crescimento saudável da criança.

“Os mais velhos contam que antigamente muita criança morria de tuberculose, né? E hoje a gente tem essa vacina que protege a criança e não tem mais aquela realidade do passado. A vacina contra a tuberculose é muito importante, e é importante também que todas as crianças tomem”, afirma a mãe.

Segundo Andréia, o atendimento na maternidade para a vacinação do pequeno Matteo foi rápido, não enfrentando problemas relacionados a possíveis desabastecimentos. A moradora conta que não tinha conhecimento da redução de remessas por parte do Ministério da Saúde, sendo informada sobre a ação governamental através da nossa equipe de reportagem.

“Eu não tinha conhecimento disso. É até meio grave não ter esse tipo de vacina que é dada em recém-nascidos. A gente fala, fala e fala em ter muitas vacinas do corona [covid-19], e acaba esquecendo outras que também devem estar disponíveis para as pessoas”, conclui a moradora.

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