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Brasília

Restrições: Representantes criticam, porém…

Parte deles acredita que estabelecimentos infratores deveriam ficar fechados até acabar a pandemia

Catarina Lima

01/03/2021 5h17

Catarina Lima
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As medidas restritivas do Decreto 41.849 impedem o funcionamento de 41,3 mil estabelecimentos comerciais no DF, entre shoppings, salões de beleza, bares, restaurantes, salas de cinemas, teatros, academias, entre outros. Com uma lista de 83 pessoas esperando vaga para internação em hospitais e 12 aguardando por transferência para UTI – até a tarde de ontem –, o governo do GDF encontrou como única alternativa para frear a disseminação do coronavírus fechar o comércio.

O presidente em exercício da Federação do Comércio do DF e presidente do Sindicato do Comércio Varejista Sindvarejista), Edson de Castro, criticou o decreto do governo e disse acreditar que medidas restritivas poderiam ser tomadas, mas sem causar tantos prejuízos aos comerciantes. No entanto, ele reconheceu que alguns donos de bares têm grande responsabilidade pela edição do Decreto. Perguntado pelo Jornal de Brasília o que deveria ser feito pelo GDF com estabelecimentos que descumprem as medidas sanitárias, Castro foi direto: “O correto seria lacrar estes locais até o final da pandemia, isso evitaria que todos os comerciantes da cidade fossem penalizados.”

O presidente do Sindivarejista alegou que os comerciantes do DF estão há um ano enfrentando grandes dificuldades e que agora, quando estavam começando a pagar as dívidas contraídas no ano passado, durante o primeiro lockdoown, são obrigados a paralisar novamente as atividades. “Poderia ter sido feito um fechamento do comércio por turnos, um grupo funcionaria pela manhã e outro à tarde, mas assim será muito ruim para todos”, frisou.

“O principal objetivo do decreto de restrição é diminuir as aglomerações. Estamos fazendo um trabalho integrado, por isso todos os secretários estão aqui juntos para que a gente possa diminuir as aglomerações, abaixar o índice de transmissibilidade e dando um prazo para melhorar nossa rede hospitalar”, afirmou o governador Ibaneis Rocha, após decidir.

O vice-presidente do Sindivarejista, Sebastião Abritta, alegou que o primeiro lockdoown promovido pelo governo do DF, em março de 2020, foi um desastre em termos econômicos para o varejo da cidade. “Mais de 750 empresas fecharam as portas e mais de 4 mil colaboradores foram demitidos no setor de varejo. Ele lembrou, ainda, o endividamento da categoria em virtude do parcelamento de impostos em atraso, assim como dos aluguéis dos estabelecimentos. “Neste momento não cabe um novo lockdoown”, destacou.

Como consequências das novas medidas tomadas, Abritta alertou para o possível fechamento de novas empresas, aumento no endividamento dos empresários, do desemprego, e ainda para a possibilidade de calote no financiamento dos empréstimos contraídos junto aos bancos no ano passado. “Antes de terminar a primeira onda o hospital de campanha foi desativado. Um novo lockdoown só vai deixar as pessoas vulneráveis sem assistência e causar prejuízo para as crianças, que estão sem escolas”, avaliou. Abritta também criticou o isolamento social, medida defendida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e demais entidades sanitárias.

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