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Brasília

Obras na W3 Sul afetam o comércio

Segundo lojistas, os comércios no local ficaram menos atrativo com os engarrafamentos constantes

Guilherme Pontes

25/04/2024 18h42

Foto: Guilherme Pontes Lima

Comerciantes e lojistas da W3 sul estão preocupados com o impacto que as obras de pavimentação tem no movimento da avenida. Segundo relatos de comerciários que trabalham no Pátio Brasil, shopping logo em frente a onde as obras acontecem de maneira mais intensa, o movimento diminuiu consideravelmente, chegando a, segundo relatos, afastar metade dos clientes se comparado ao mês anterior. O mais alarmante para os trabalhadores é que a queda ocorre logo antes do mês das mães, a segunda ocasião de maior movimento nas lojas do DF.

Na ponta mais ao centro da W3 sul, 2 das três faixas estão liberadas, e essas se afunilam, depois, em uma só, criando uma longa fila de carros que se estende desde os limites do shopping até o viaduto. Quem depende do ônibus para ir ou sair do Pátio Brasil não tem mais a conveniência de uma parada em frente ao shopping, ela foi interditada. Precisa ir a um ponto mais a frente, que, à noite, segundo relatos, não passa a mesma segurança. A própria entrada para a W3 sul, em torno das quadras 516, também está em obras, fazendo com que o trânsito enfrentado, seja por carro, seja por ônibus, mine a vontade de quem pensa em ir a algum comércio nessa parte de Brasília.

Quem mais nota as dificuldades que os clientes estão tendo para chegar ao local são as pessoas responsáveis por vender. Andréia Oliveira, gerente de uma loja no Pátio Brasil, afirmou que as consequências para o movimento são perceptíveis, e fazem com que, pelo menos, metade das pessoas prefiram comprar em outro lugar. “A gente tá na véspera do mês das mães, que vai iniciar agora. Em outros anos, a essa hora, já estaria mais movimentado. Estamos no fim do mês, fechamento das vendas, e vimos que, do mês passado para cá, antes das obras, houve um declínio nas vendas em torno de 50%”, afirma.

Maria Carolina Alves, vendedora em outra loja do shopping, tece o mesmo cenário, e conta, principalmente, que um dos principais desafios para alguém que vai ao shopping é ir de ônibus. “Fim de semana mesmo fica complicado, o pessoal pensa muito na volta, principalmente à noite. A gente tem que pegar ônibus longe, em uma parada escura que passa pouca segurança. De manhã é complicado também porque tem um fluxo maior de carro, então atravessar é perigoso, no horário de almoço também. Muita gente acaba optando por não vir”, disse. Lena Mendes, gerente de uma loja de rua na W3 sul, mesmo relativamente longe das obras, também diz que suas vendas caíram.

Com os impactos em mente, e considerando a aproximação do dia das mães, representantes de lojistas cobraram do governo alternativas para os prejuízos causados pelas obras de pavimentação em uma reunião com o Secretário de Obras do DF, Valter Casimiro. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL DF), presente na reunião, afirmou apoiar as obras, mas defende que elas tenham um impacto menor no comércio do local. “A revitalização da W3 Sul foi uma conquista da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF ainda no primeiro governo Ibaneis Rocha. Nosso pedido hoje é para que as obras interfiram o mínimo possível no acesso ao comércio da região nesse período, tão próximo do Dia das Mães. A data está em segundo lugar em importância para o comércio, ficando atrás apenas do Natal”, afirma.

Entre as alternativas para reduzir o prejuízo dos lojistas apresentadas ao Secretário de Obras estava a abertura de mais uma das três faixas que ligam o início e o final da Asa Sul no sentido sul. “É uma obra grande e muito necessária para a W3. A má qualidade do asfalto traz prejuízos aos comerciantes. Pedimos para que seja aumentado o número de trabalhadores na execução da obra, e que a segunda fase da revitalização seja realizada depois do Dia das Mães, que é também o período em que não ocorrem mais chuvas no DF”, afirmou. A CDL DF teria também pedido para que os trabalhos continuassem durante os fins de semana, para encurtar a duração das obras. Também estavam presentes na reunião o superintendente do shopping Pátio Brasil, Augusto Brandão, e o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa.

De acordo com a Secretaria de Obras do Distrito Federal, a previsão é de que a concretagem em frente ao Pátio Brasil esteja concluída até sexta-feira da próxima semana. O trânsito sobre o novo pavimento, no entanto, só poderá ser liberado após o prazo de cura de concreto. A pasta informou ainda que, a pedido dos lojistas, a via que dá acesso ao shopping não foi interditada. Assim, pedestres e veículos podem acessar normalmente as dependências do estabelecimento pela garagem e pelas entradas laterais.

No extremo sul da W3 Sul, do lado das quadras 500, as obras foram iniciadas pelo trecho situado entre as quadras 516 e 514 sul. Os serviços neste trecho estão em andamento. Segundo afirma a pasta, “Infelizmente, não temos como executar esse tipo de obra sem causar transtornos. Contudo, contamos com o apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal para minimizar os impactos da obra”, afirma. Na reunião com os representantes dos lojistas, o Secretário de Obras se comprometeu a adiar a segunda fase das obras e a buscar maneiras de trazer mais rapidez aos trabalhos. O término da obra está previsto para o fim deste ano.

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