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O adeus a Izabel Aparecida Guimarães, vítima de feminicídio que foi baleada na cabeça pelo companheiro na frente da filha de 10 anos

Izabel Guimarães de Sousa foi morta com um tiro na testa disparado por seu ex-companheiro, no qual eles têm uma filha de 10 anos juntos

Redação Jornal de Brasília

06/02/2023 17h03

Foto: Marcos Nailton/Jornal de Brasília

Marcos Nailton
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A mulher assassinada pelo ex-companheiro neste sábado (4), foi sepultada na tarde desta segunda-feira (6), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. A vendedora Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36 anos, foi atingida com um disparo na testa na frente da filha de 10 anos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu ao ferimento. O atirador, Paulo Roberto Moreira Soares, 38, se entregou à polícia no domingo (4).

Familiares e amigos se reuniram na capela 3 para prestar homenagens à mulher, eles estavam vestidos de camiseta branca com a foto de Izabel estampada, acompanhada da frase “te amamos eternamente” e “justiça por Izabel”. Os conhecidos cantaram louvores e oraram pela mulher em um momento de muita dor e pedido de justiça. No fim, balões brancos foram soltos em homenagem à mulher.

Ao Jornal de Brasília, a irmã mais velha da vendedora, Salma Jaqueline Guimarães, 49 anos, disse que Izabel, caçula da família, era a pessoa mais feliz do mundo que sempre ajudava a todos. “A Izabel não morreu, ela vai ficar. O assassino sim, tem que pagar por tudo que ele fez com ela, porque minha irmã não pode ser mais um número, ela não merece mais um número”, contou a irmã bastante emocionada.

Segundo Salma, Izabel foi brutalmente executada e não houve tiro acidental, como descreveu o acusado em depoimento. “Foi executada no quarto da filha, na frente da filha. Ele já chegou armado e deu um tiro de pistola na cabeça da minha irmã, […] Nenhum tiro de pistola é acidental, isso não existe. É uma tese de defesa ordinária, é o único argumento que o advogado tem pra tentar defender o que ele fez”, realçou.

A irmã destacou que Izabel ainda cuidava do filho de Paulo, um adolescente de 16 anos, e que estava realizando uma reforma na casa para construir um quarto para o adolescente. “Não é só a Izabela (filha da vítima) que ficou órfã não, o filho dele também ficou. Ele destruiu a vida da minha sobrinha e do filho dele. Mas eu tenho certeza que existe justiça, e que ele vai pagar”, frisou Salma Jaqueline Guimarães. 

Olívia Guimarães de Sousa, 49 anos, também irmã de Izabel, disse à reportagem que Paulo Roberto era dissimulado, e que apesar de não reconhecer ocorrências de agressão física dele com sua irmã, o homem frequentemente realizava agressões verbais.

“Ele soube enganar muito bem, vivia em uma dupla personalidade e uma vida de solteiro. Com a filha ele era uma boa pessoa no sentido de dar as coisas, para trampar o que ele não dava de atenção, […] Tristeza e justiça, são dois sentimentos que cogitam nesse momento pra mim e pra toda a família”, destacou a irmã.

Suspeito se entregou à polícia

Paulo Roberto Moreira Soares, 38 anos, se entregou à polícia na noite de domingo (5). Ele compareceu a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, acompanhado de um advogado. Em depoimento, o homem disse que foi até a casa da ex-esposa para tirar satisfação sobre o bloqueio de uma conta bancária que os dois usavam juntos, o que evoluiu para uma discussão, e resultou em uma tragédia. Segundo a delegada, o homem alegou que o tiro foi acidental.

Em um áudio compartilhado em um grupo de Whatsapp, Paulo confessou ter matado a ex-mulher devido ao bloqueio das contas bancárias. Para amigos, o homem disse que esperaria o término do flagrante para se apresentar à delegacia.

Crime

Por volta das 15h30 de sábado (4), Paulo invadiu a casa da ex-companheira na QNP 30, no setor P Sul, em Ceilândia. Ele abordou a mulher no quarto da filha deles, que também estava presente no cômodo, e atirou contra a vítima. Paulo e Izabel estavam em processo de separação. 

Izabel foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF em estado grave e encaminhada de helicóptero ao Hospital de Base. Segundo a família, ela teria sofrido três paradas cardíacas, e não resistiu.

O agressor é representante comercial e vigilante. Ele possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). No momento do crime, um cunhado da vítima e um pedreiro estavam no local. O trabalhador realizava a troca da fechadura do portão para impedir a entrada de Paulo na residência. Os homens chegaram a ver o momento em que o suspeito saiu armado e fugiu em um veículo.

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