Marcos Nailton
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A mulher assassinada pelo ex-companheiro neste sábado (4), foi sepultada na tarde desta segunda-feira (6), no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga. A vendedora Izabel Aparecida Guimarães de Sousa, 36 anos, foi atingida com um disparo na testa na frente da filha de 10 anos. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu ao ferimento. O atirador, Paulo Roberto Moreira Soares, 38, se entregou à polícia no domingo (4).
Familiares e amigos se reuniram na capela 3 para prestar homenagens à mulher, eles estavam vestidos de camiseta branca com a foto de Izabel estampada, acompanhada da frase “te amamos eternamente” e “justiça por Izabel”. Os conhecidos cantaram louvores e oraram pela mulher em um momento de muita dor e pedido de justiça. No fim, balões brancos foram soltos em homenagem à mulher.
Ao Jornal de Brasília, a irmã mais velha da vendedora, Salma Jaqueline Guimarães, 49 anos, disse que Izabel, caçula da família, era a pessoa mais feliz do mundo que sempre ajudava a todos. “A Izabel não morreu, ela vai ficar. O assassino sim, tem que pagar por tudo que ele fez com ela, porque minha irmã não pode ser mais um número, ela não merece mais um número”, contou a irmã bastante emocionada.
Segundo Salma, Izabel foi brutalmente executada e não houve tiro acidental, como descreveu o acusado em depoimento. “Foi executada no quarto da filha, na frente da filha. Ele já chegou armado e deu um tiro de pistola na cabeça da minha irmã, […] Nenhum tiro de pistola é acidental, isso não existe. É uma tese de defesa ordinária, é o único argumento que o advogado tem pra tentar defender o que ele fez”, realçou.
A irmã destacou que Izabel ainda cuidava do filho de Paulo, um adolescente de 16 anos, e que estava realizando uma reforma na casa para construir um quarto para o adolescente. “Não é só a Izabela (filha da vítima) que ficou órfã não, o filho dele também ficou. Ele destruiu a vida da minha sobrinha e do filho dele. Mas eu tenho certeza que existe justiça, e que ele vai pagar”, frisou Salma Jaqueline Guimarães.
Olívia Guimarães de Sousa, 49 anos, também irmã de Izabel, disse à reportagem que Paulo Roberto era dissimulado, e que apesar de não reconhecer ocorrências de agressão física dele com sua irmã, o homem frequentemente realizava agressões verbais.
“Ele soube enganar muito bem, vivia em uma dupla personalidade e uma vida de solteiro. Com a filha ele era uma boa pessoa no sentido de dar as coisas, para trampar o que ele não dava de atenção, […] Tristeza e justiça, são dois sentimentos que cogitam nesse momento pra mim e pra toda a família”, destacou a irmã.
Suspeito se entregou à polícia
Paulo Roberto Moreira Soares, 38 anos, se entregou à polícia na noite de domingo (5). Ele compareceu a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, acompanhado de um advogado. Em depoimento, o homem disse que foi até a casa da ex-esposa para tirar satisfação sobre o bloqueio de uma conta bancária que os dois usavam juntos, o que evoluiu para uma discussão, e resultou em uma tragédia. Segundo a delegada, o homem alegou que o tiro foi acidental.
Em um áudio compartilhado em um grupo de Whatsapp, Paulo confessou ter matado a ex-mulher devido ao bloqueio das contas bancárias. Para amigos, o homem disse que esperaria o término do flagrante para se apresentar à delegacia.
Crime
Por volta das 15h30 de sábado (4), Paulo invadiu a casa da ex-companheira na QNP 30, no setor P Sul, em Ceilândia. Ele abordou a mulher no quarto da filha deles, que também estava presente no cômodo, e atirou contra a vítima. Paulo e Izabel estavam em processo de separação.
Izabel foi atendida pelo Corpo de Bombeiros Militar do DF em estado grave e encaminhada de helicóptero ao Hospital de Base. Segundo a família, ela teria sofrido três paradas cardíacas, e não resistiu.
O agressor é representante comercial e vigilante. Ele possui registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). No momento do crime, um cunhado da vítima e um pedreiro estavam no local. O trabalhador realizava a troca da fechadura do portão para impedir a entrada de Paulo na residência. Os homens chegaram a ver o momento em que o suspeito saiu armado e fugiu em um veículo.