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Brasília

No DF, 8 em cada 10 famílias tiveram algum tipo de dívida em 2022

Dentro do recorte de 82,3% dos endividados no ano passado, quase um terço atrasou as contas e ficou inadimplente

Redação Jornal de Brasília

26/01/2023 10h16

Foto: Reprodução

O índice de endividamento do brasiliense alcançou 8 em cada 10 famílias no Distrito Federal no ano de 2022. O recorte feito na capital pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) anual indica que 82,3% das famílias ficaram endividadas em algum grau. O nível registrado no DF no ano passado ultrapassou em 4,4 pontos percentuais a média nacional.

De acordo com a pesquisa, porém, a maioria da população se autodeclarou pouco endividada, abarcando 44,5% das famílias. Os que se disseram muito endividados cobriram cerca de 12,9% do total, e aqueles que, nos termos do levantamento, ficaram mais ou menos endividados representam 24,9% dos casos na geração de dívidas dentro do DF.

O cartão de crédito foi o campeão dos endividamentos dos brasilienses em 2022. Das famílias endividadas, cerca de 81,3% dos lares utilizou a modalidade de pagamento para não arcar com os custos integrais de determinado produto ou serviço. Em segundo lugar estão os usos de carnês, sendo utilizado também por 29,7% dos entrevistados.

O financiamento de casas e carros vem em seguida, abarcando 9% e 8,6%, respectivamente, do total de famílias com alguma dívida. O cheque pré-datado e o cheque especial foram as modalidades menos utilizadas pelos endividados na capital, compondo apenas 0,5% e 4,2% dos comprometimentos financeiros do DF. O crédito consignado tem 4,6% do total.

As parcelas de pagamento escolhidas pela maior parte das famílias para se endividar foi de dividir o preço dos serviços e/ou produtos por mais de um ano, sendo 38,9% das escolhas. Em seguida estão os prazos de 3 a 6 meses, com 21,6% do total; depois entre 6 e 12 meses, sendo 20% dos entrevistados; e em quarto lugar, aqueles que escolheram parcelar as dívidas em no máximo 3 meses, compondo 17,9% das famílias. Cerca de 1,5% não soube responder.

Inadimplência

Por outro lado, a inadimplência – quando as dívidas feitas têm algum tipo de atraso a partir do vencimento da conta – no DF não acompanhou os mesmos índices. Em 2022, as famílias que atrasaram o pagamento de algum produto ou serviço compuseram 29% dos entrevistados. Outros 71% conseguiram manejar as contas de maneira a cumprir com os compromissos financeiros estabelecidos dentro do prazo delimitado.

Assim, conforme o cálculo da CNC, os inadimplentes compõem 23,9% dos endividados com uma ou mais dívidas com prazo de validade vencido. O tempo de pagamento das contas em atraso é quase equidistante entre as famílias. De acordo com o levantamento, 30,8% das famílias têm atrasos de até 30 dias, 31,8% de até 60 dias (2 meses), e 37,8%, maior contingente, possui atrasos de até 90 dias (3 meses). A média de tempo dos atrasos é de pouco mais que 57 dias.

Comprometimento

A maioria das famílias comprometeu de 11% a 50% da renda em 2022 com dívidas. Tamanha porcentagem dos ganhos familiares impactada durante os meses de endividamento compôs mais da metade da população entrevistada para a pesquisa da Peic, sendo 50,3% dela. Outros 21,2% das famílias empenharam mais de 50% dos rendimentos em dívidas, enquanto 25,2% dedicaram 10% ou menos do recebido no mês em dívidas.

Apesar dos esforços para conseguir manter as contas em dia, muitas famílias, porém, não conseguiram arcar com os custos das dívidas feitas. Isto é, se comprometeram além do que poderiam, seja por imprudência seja por imprevistos. 34% dos entrevistados têm certeza que não conseguirão arcar com as dívidas feitas ao longo do ano passado. Outros 30,4% das famílias poderão pagar em parte os valores comprometidos a prazo.

Aqueles que têm certeza que poderão quitar todas as dívidas atrasadas dentro do prazo compõem 35,2% das famílias. Apenas 0,3% não souberam responder se conseguiriam ou não arcar com o endividamento feito. Os que não conseguirão pagar as dívidas atrasadas, portanto, abarcam 8,2% do total de famílias entrevistadas na pesquisa da CNC.

Em nota, a entidade comercial afirmou que ainda não dispõe de todas as informações dos demais estados da União para estabelecer comparação entre as unidades federativas.

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