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Brasília

Lacen-DF é peça-chave para diagnóstico, pesquisa e vigilância em saúde

Em 2023, laboratório realizou mais de 480 mil exames. Atuação qualificada o torna referência em diversas áreas

Redação Jornal de Brasília

15/04/2024 10h39

Foto: Divulgação/SES-DF

Criado originalmente como Instituto de Saúde do Distrito Federal, o hoje Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF) desempenha papel crucial na rede da capital federal. Em 2023, mais de 480 mil exames (488.581) foram realizados pelos profissionais da unidade. Apenas neste ano, até o final de março, o quantitativo já ultrapassa os 176 mil diagnósticos.

Recentemente, o laboratório passou por otimizações, como a implantação do diagnóstico molecular de Doença de Chagas e malária, além do sequenciamento genômico do vírus influenza e da dengue.

No local, três grandes gerências são responsáveis pela realização das análises: de Biologia Médica (GBM), de Controle de Qualidade de Produtos e Ambientes (GCQPA) e de Medicamentos e Toxicologia (GMTOX). Em números, no ano passado, a GBM elaborou 438,2 mil exames; a GCQPA, 37,3 mil; e quase 13 mil realizados pela GMTOX.

No primeiro trimestre de 2023, foram 120 mil análises, sendo 111 mil na GBM; 7,1 mil na GCQPA; e 1,8 mil na GMTOX. Considerando o mesmo período em 2024, os índices chegaram a 167,4 mil exames pela GBM; 4,9 mil pela GMTOX; e 4 mil pela GCQPA.

São mais de 170 tipos de exames laboratoriais feitos na unidade. Dentre eles estão: análise toxicológica; de bactérias; botulismo; brucelose; chagas; _chikunguny_a; citomegalovírus; coqueluche; coronavírus; dengue; tuberculose, difteria; enteropatógenos; esquistossomose; febre amarela; febre maculosa; filariose; hanseníase; hantavirose; hepatites A, B, C e aguda de etiologia a esclarecer; HIV; HPV (papilomavírus); infecções sexualmente transmissíveis (ISTs); leishmaniose; leptospirose; malária; monkeypox etc.

“Em ações de vigilância sanitária, por exemplo, realizamos análise de qualidade da água quanto de alimentos para consumo humano, além da verificação de medicamentos e produtos para a saúde. Na parte de monitoramento epidemiológico, investigamos doenças de notificação, como covid-19 e arboviroses”, detalha a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva.

Ao todo, o laboratório central possui 218 servidores no quadro de pessoal, com alto grau de qualificação. São 64 especialistas em diversas áreas, sendo 39 profissionais com grau de especialização, 16 com mestrado e nove doutores.

Alimentos

As análises físico-químicas em água e alimentos são feitas pelo Núcleo de Química de Alimentos (NQA), que recebe, aproximadamente, 150 amostras por semana. Ali, os profissionais examinam a qualidade da água para consumo humano ou para processos industriais de preparo de alimentos, e verificam, por exemplo, o teor de sódio.

Em um trabalho conjunto, o Núcleo de Microbiologia de Alimentos e Ambientes é responsável pela análise fiscal e de orientação nas áreas de microbiologia e microscopia de alimentos e ambientes. Adicionalmente, são verificadas também denúncias e surtos em alimentos e amostras ambientais do DF. “Nessa parte do laboratório, conseguimos garantir uma segurança à população em relação aos alimentos consumidos e à água utilizada”, explica a diretora.

Vigilância epidemiológica

No âmbito da vigilância epidemiológica, o Lacen-DF se destaca como referência nacional no diagnóstico em Candida albicans- candidíase – e, regionalmente, em tuberculose, monkeypox e gene de resistência.

No combate à tuberculose, o laboratório fornece diagnósticos precisos, contribuindo para o controle da doença. Já em termos de bactérias, a pesquisa em genes de resistência permite identificar padrões de resistência e antibióticos, orientando estratégias de tratamento mais eficazes. Em relação à monkeypox, a unidade possui capacidade de identificar e diagnosticar os casos de forma ágil.

“O Lacen-DF é primordial na execução dessas análises, pois conseguimos fazer uma sorotipagem; e, por meio da metodologia PCR, identificar, diferenciar e saber o que está circulando. Além disso, fazemos o trabalho de sequenciamento das amostras dos vírus. Através da vigilância genômica, verificamos e explicamos alguns comportamentos de doenças na população, como o aumento e a gravidade de casos”, diz Silva.

Durante a pandemia de covid-19, o laboratório se destacou e atuou como centro de referência em sequenciamento genético, atuando com uma peça-chave no monitoramento da evolução do vírus, identificando variantes e auxiliando na elaboração de estratégias de controle e vacinação.

Origem

O Lacen-DF foi criado em abril de 1978 como Instituto de Saúde do Distrito Federal (ISDF). O objetivo era desenvolver na capital, em parceria com outros órgãos, um sistema de vigilância sanitária, epidemiológica, controle de zoonoses, de sangue e hemoderivados.

Em 2000, o ISDF foi extinto e o Lacen-DF surgiu. Em 2011, a Secretaria de Saúde (SES-DF) passou por uma reestruturação, em que o laboratório, por questões técnicas, teve sua denominação alterada para Diretoria do Laboratório Central de Saúde Pública, subordinado diretamente à Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS).

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