Que Brasília está crescendo fora do eixo do Plano Piloto não há dúvidas. Com o aumento da população em áreas do Distrito Federal, surge a demanda pelo desenvolvimento dessas regiões, com espaços e estabelecimentos que atendam às demandas básicas dos moradores, como um comércio bem estruturado. Um exemplo disso é o Jardim Botânico, que dobrou o número de moradores entre 2018 e 2021, segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) 2021, realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
Os dados corroboram o aumento do comércio local, que viu nesse crescimento uma oportunidade. O que começou, em 2017, como uma pequena loja de conveniência, hoje se tornou um dos principais mercados da região do Jardim Botânico. A Despensa do Basílio acaba de abrir, oficialmente, as portas da sua segunda unidade com muitas novidades. No espaço pode-se encontrar muitos serviços que atendem diferentes públicos e gostos. Por lá, é possível se deliciar com um espetinho feito na parrilla, tomar um café da manhã caprichado com a família, comprar uma carne premium para o churrasco do fim de semana, fazer a “feira” da semana e muito mais. Tudo para tornar a experiência de compra ainda melhor, mais prática e cômoda para o consumidor do Jardim Botânico.
“Nossa primeira loja nasceu no Jardim Botânico há 6 anos. A localização foi por acaso. Por isso, aprendemos a tocar nosso negócio com e para os moradores da região, uma ótima experiência. A motivação para abrir a segunda loja surgiu justamente dessa proximidade com o público da região. O objetivo é levar o serviço que construímos para o resto do Jardim Botânico. Por isso, a segunda loja está em uma região mais central que a primeira”, afirma Lucas Porto, um dos sócios do empreendimento.
Foi ainda durante a pandemia, mais precisamente em 2021, que o atacadista Super Adega viu na região também uma oportunidade de expansão de suas unidades. “Queríamos atender as regiões em déficit como São Sebastião e Jardim Botânico que até então não tinham um atacarejo de referência na redondeza. Ali está se tornando o novo centro de crescimento de Brasília, é por onde a cidade vai se expandir”, explica o diretor geral da rede, Sandro Covre. Com 4500m², o atacarejo, localizado na descida para São Sebastião, em frente ao Mangueiral, oferece uma ampla variedade de produtos, desde itens de higiene pessoal, vinhos, hortifruti, frios, entre outros. A Super Adega, com o passar dos anos, vem se tornando um dos nomes mais famosos do setor e conta com o diferencial da adega subterrânea climatizada com uma média de quatro mil rótulos entre vinhos, champagnes e destilados. Além disso, a unidade ainda oferece um parquinho infantil.
Pdad
O aumento na quantidade de moradores, além da mudança na estrutura familiar e no trabalho, são alguns dos dados apresentados na Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2021, lançada por etapas desde maio. No último dia 22 de junho foi o dia da divulgação dos dados da região Leste do Distrito Federal, que engloba as áreas do Itapoã, Jardim Botânico, Paranoá e São Sebastião. A pesquisa é realizada a cada dois anos pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), com o objetivo de investigar informações demográficas, sociais, de trabalho e de renda da população local.
Dentre as informações destacadas na PDAD de 2021, chama a atenção o crescimento populacional do Jardim Botânico. A região teve um aumento de 100% na última pesquisa para cá, indo de 26.449 pessoas em 2018, para 53.045 pessoas em 2021. Além disso, durante a pandemia, muitas dessas pessoas passaram a trabalhar de casa, em home office, e o dado apresentado no PDAD expõe que duplicou a quantidade de pessoas que trabalham no Jardim Botânico, indo de 10,1% em 2018, para 21% em 2021.
Nesta edição, a PDAD perguntou ainda quais eram as localidades predominantes de compra de alguns itens de consumo domiciliar. E para surpresa, a alimentação, higiene e limpeza, demonstrou que 65,6% dos entrevistados indicaram o Jardim Botânico como a principal localidade de compra e consumo. “Notamos que os moradores do Jardim Botânico dão preferência a consumir de pequenos produtores, sobretudo, incentivando o comércio local. Poderia ser essa uma das razões para o crescimento econômico da região”, detalha Lucas Porto.