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Brasília

Inteligência artificial no combate aos incêndios

Intitulado “Sem Fogo-DF”, projeto da UnB conta com recursos de R$ 700 mil fomentados pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF)

Mayra Dias

05/07/2023 18h23

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB), um projeto, feito em parceria com uma associação, está utilizando a inteligência artificial para monitorar incêndios no Distrito Federal. A perspectiva é que o monitoramento, futuramente, seja ampliado com drones conectados à tecnologia 5G.

A ideia é fruto de uma parceria que se iniciou há mais de um ano entre a UnB e a Associação Giga Candanga. Intitulada “Sem Fogo-DF”, a iniciativa conta com recursos de R$ 700 mil fomentados pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).

O projeto, até então, se estenderá até novembro deste ano. A perspectiva é que o monitoramento, futuramente, seja ampliado com drones conectados à tecnologia 5G. O objetivo é, principalmente, o desenvolvimento de uma nova solução de reconhecimento de imagens aéreas para a detecção precoce de fogo ativo ou incidentes de fumaça no Cerrado, principalmente, nesta época de seca na capital. A proposta permite, então, uma ação antecipada das equipes de combate ao fogo, evitando que os focos evoluam para incêndios de grandes proporções.

Até o momento, quatro câmeras ligadas a uma rede de fibra ótica foram instaladas no terraço da Torre Digital, com ampla visão do Distrito Federal. Usando inteligência artificial, elas captam as imagens e as levam em tempo real ao Departamento de Ciência da Computação (CIC) da Universidade. A equipe trabalhou desde o início no projeto, em novembro de 2021, para elaborar técnicas avançadas de inteligência artificial nas imagens. “Com a pesquisa, esperamos levantar dados estatísticos e quantitativos sobre uma região típica que é o Cerrado”, destaca a professora e pesquisadora da UnB/CIC Priscila Solís.

A atuação de pesquisadores de outras áreas, como redes de computadores, inteligência artificial e visão computacional, também foi necessária. Eles ajudam a fazer com que o sistema operacional pudesse captar com eficiência a região do Cerrado. Segundo Priscila, bancos de imagens de outros lugares, como Estados Unidos, por exemplo, não descrevem corretamente as características de incêndios no Cerrado e não são eficientes para que um sistema de inteligência artificial possa identificar com precisão esses sinistros nesse bioma. “É necessário um trabalho específico na região para produzir novas imagens e habilitar o sistema para distinguir nesse novo ambiente o fogo em tempo real”, ressaltou a professora. “Hoje, o sistema leva um segundo e meio desde a entrada da imagem no sistema até a identificação do fogo”, explica.

Como destaca a docente, o fomento feito pela FAPDF foi fundamental por facilitar a execução do projeto: “Foram comprados equipamentos de interconexão de rede e câmeras reservas, por exemplo. Cada uma custou cerca de R$ 8 mil”. Além do recurso, a FAPDF deu suporte operacional, sanando dúvidas burocráticas e financeiras. “Importante ressaltar que todo o projeto Sem Fogo-DF teve a participação de alunos e ex-alunos da UnB, além do apoio de professores e pesquisadores da Giga Candanga”, ressalta a pesquisadora.

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