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Brasília

GDF rompe a barreira da segunda língua

Escola de Governo do DF inicia aulas de Inglês e Espanhol para os trabalhadores do serviço público

Mayra Dias

10/08/2021 5h00

Foto: Reprodução

Para garantir um posto de trabalho bem remunerado a pessoa deve estar bastante preparada, dessa forma, saber outra língua é fundamental. “Essa competência já demonstra, no currículo, um certo grau de esforço e dedicação”, avalia César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon DF), quanto à iniciativa mais recente da Escola de Governo do Distrito Federal (Egov). A fim de se firmar como o centro econômico e logístico do País, o Distrito Federal está investindo na capacitação de seus servidores oferecendo cursos de idiomas de Espanhol Básico I e Inglês Básico I.

Iniciados este mês, os cursos que, a princípio, acontecem de forma online, são um projeto da Egov, em parceria com a Secretaria Executiva de Valorização e Qualidade de Vida (Sequali) e da Secretaria de Economia (Seec). A carga horária de cada um dos cursos é de 45 horas, correspondendo a dois encontros semanais de uma hora e meia em salas com, no máximo, 25 participantes. Nós criamos um curso focado na conversação, com material didático moderno”, explica a diretora executiva da Egov, Juliana Tolentino.

Conforme desenvolve Isabella Sá, diretora da Escola Eleva Brasília, com o avanço da globalização e, consequentemente, da tecnologia, o sucesso no mercado de trabalho do século XXI dependerá cada vez mais do domínio de habilidades como a proficiência em outras línguas. “Isso permite a colaboração com pessoas de todos os lugares do mundo. As relações de trabalho têm se expandido para novas fronteiras e falar outra língua pode ser fundamental, assim como uma oportunidade de explorar outros mercados, outros clientes e outros desafios”, defende Isabella.

De acordo com a Seec, o que motivou a implementação da iniciativa foi o fato de inglês e espanhol serem os dois idiomas mais procurados pelos brasileiros que optam por aprender uma segunda língua. Ainda conforme esclarece a pasta, ambos os cursos são ministrados em nível básico e objetivam estimular a comunicação no idioma, por meio da fala e da escrita, bem como da leitura e interpretação de textos.

Para César Bergo, os cursos são extremamente importantes para que os participantes possam adquirir habilidades que ampliem as suas oportunidades de acesso a novas informações e a novas áreas de trabalho e estudo. “O Brasil está localizado em uma área onde todos os seus vizinhos são espanhóis e com quem tem muitas relações comerciais. Muitas empresas brasileiras, atualmente, se relacionam muito com o mundo latino americano”, pontua o economista. Se tratando do inglês, esta, na sua avaliação, é a mais importante, visto que, como ele salienta, é a segunda língua de quase todos os países do mundo. “É um idioma universal”, finaliza.

Deficiência Brasileira

Conforme ressalta o coordenador da Blue School, Lucas Tadeu Garcia, o mercado de trabalho mundial apresenta uma crescente necessidade de profissionais atualizados e, no Brasil, a falta de profissionais com esse perfil é expressiva. “Ainda mais quando se fala de posições onde a proficiência na segunda língua são requisitos. Dominar outro idioma, especialmente a língua inglesa, é um dos grandes entraves para uma pessoa deslanchar na carreira, sendo um dos maiores motivos de estagnação ou até perda da posição”, argumenta.

Diante de tal cenário, Lucas revela que, ao avaliar um currículo, o primeiro ponto a ser analisado pelos empregadores é a questão da segunda língua. Segundo o coordenador, em 2019, somente 36% dos brasileiros têm fluência em inglês. “Hoje deve estar em torno de 40% e isso significa que, se você tiver um segundo idioma, suas chances de ser contratado sobem para 60%”, salienta. Lucas acrescenta ainda que, tal diferencial influencia, inclusive, no salário do profissional que, na maioria das vezes, chegam a ganhar até 60% a mais que seus concorrentes sem tal destaque. “Acho que os números falam por si mesmos”, acrescentou.

Só o começo

No dia da abertura das aulas, o secretário de Economia, André Clemente, responsável por dar as boas-vindas aos participantes, explicou o porquê dos cursos. “O Brasil é o único país da América Latina que ainda não tem o espanhol como a segunda língua oficial. Isso é fundamental para a nossa integração, por ser o maior país da América Latina”, afirmou o gestor.

A secretária executiva da Sequali, Adriana Faria, que também estava presente e falou sobre o projeto, revelou que a iniciativa é apenas o primeiro passo de um extenso trabalho. “Esse é o início, é uma semente que estamos plantando e que vai frutificar. Realizar cursos de línguas estrangeiras coloca a Egov em outro patamar”, comemorou Adriana. Como informa a Seec, as aulas de Inglês e Espanhol são o projeto piloto para a Escola de Governo neste momento. O sucesso e adesão dos servidores às aulas poderá, futuramente, ensejar abertura de novas turmas de outros idiomas.

 

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