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Brasília

Estradas de terra afligem moradores do Itapoã

Poeira na seca e lama nas chuvas causam transtornos perto do Fórum da cidade. Obras iniciais já começaram a ser feitas para sanar a situação

Vítor Mendonça

21/07/2023 10h51

Foto: Vitor Mendonça/ Jornal de Brasília

A poeira neste tempo de seca tem incomodado os moradores que moram próximo ao Fórum Desembargadora Maria Aparecida Fernandes da Silva, no Itapoã. As ruas residenciais da região ainda não possuem asfalto e a terra tem sido levantada com os ventos fortes desta época do ano, atrapalhando a limpeza das casas no local. Moradores pedem providências da administração e do Governo para melhorar a situação no local.

De acordo com Ronildo Ribeiro Lima, 53 anos, a região sofre com a falta de asfalto tanto nesta época de seca quanto no período de chuvas, quando as enxurradas são formadas e o problema se torna a lama. No caso dele, que é cadeirante, transitar nas ruas é um problema pela dificuldade de locomoção com os buracos e imperfeições da estrada de chão.

“Meu pneu rasgou com as pedras daqui”, disse apontando para a roda traseira esquerda da cadeira motorizada. “[O asfalto] está fazendo uma falta danada para cadeirantes como eu. Se para quem anda normalmente o asfalto já vai ajudar, para quem é cadeirante vai ser melhor ainda”, acrescentou. A compra de novos pneus traseiros lhe custarão R$ 300,00 o par – e os dianteiros estão carecas.

Foto: Vitor Mendonça/ Jornal de Brasília

Ronildo espera a pavimentação da via desde 2009, quando se mudou para a região. Segundo o morador da região, a casa não para limpa e uma das estratégias é jogar água para evitar a poeira mais alta. “Mas não adianta quase nada, porque logo fica seca de novo”, afirmou.

Mário Nonato, de 29 anos, líder comunitário da Região Administrativa, afirma que a poeira nesta época do ano também agrava as doenças respiratórias de alguns moradores, principalmente de crianças e idosos. A filha Marina do morador tem asma e sente maior dificuldade para respirar quando a poeira chega com o vento. “Ela fica tossindo, aumentam as alergias, as coceiras”, descreveu.

“Fora o gasto com os produtos de limpeza para poder lavar as roupas e manter tudo limpo. É muito ruim levar os filhos para a escola e ver que outras crianças fazem bullying por conta da roupa suja. É uma falta de dignidade para o ser humano”, destacou. “Temos que nos desdobrar para comprar os produtos e quando não temos, recorremos aos vizinhos, pedindo emprestado”, continuou.

A limpeza da casa nesta época, portanto, é diária, para não acumular com a poeira do dia seguinte, tornando o trabalho mais árduo. “Na época da chuva é complicado por conta do barro. Às vezes vem a enchente, com uma chuva intensa, alagando certas casas mais baixas”, afirmou. “O asfalto traria dignidade e mais respeito à população, que paga os impostos.”

Projeto já iniciado

A chegada do Fórum ao local, em 2020, acendeu a esperança da chegada do asfalto pelos moradores, mas o benefício só deve chegar após alguns meses, conforme destacou a Administração do Itapoã. “As obras estão a todo vapor. Em breve teremos essas quadras todas pavimentadas”, segundo o administrador da cidade, Dilson Bulhões.

O órgão informou que as primeiras providências para a resolução do problema na região começaram a ser feitas com a construção de duas grandes bacias de contenção, que receberão as águas pluviais vindas das ruas. Assim que forem finalizadas – a previsão é para o dia 28 deste mês –, as máquinas irão para as vias não asfaltadas para começar a obra de escoamento na região.

As obras de drenagem das águas pluviais nas quadras devem iniciar em três semanas. Só após essa etapa o processo de pavimentação será iniciado. São R$ 21 milhões empenhados para as obras do processo de pavimentação no local. Ainda não há previsão de conclusão, conforme ressaltou Dilson.

“Essas quadras pavimentadas fazem parte de um projeto para a Avenida Brasil, onde as quadras estão inseridas. Isso já está dentro do cronograma”, destacou. A previsão é que também sejam construídos, dentro do mesmo planejamento, a Rodoviária do Itapoã – que já está em construção –, a Feira Permanente, e ainda futuras praças, campos de futebol e uma Casa da Cultura.

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