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Brasília

Em menos de 90 dias, 508 sepultamentos de vítimas da covid no DF

Donos de funerárias queixam-se do alto preço cobrado por EPI para sepultadores

Catarina Lima

29/03/2021 5h32

Entre os dias 1º de janeiro e 24 de março deste ano, dos 1.401 sepultamentos que foram realizados nos cemitérios do Distrito Federal, 508, que representam 36,25% do total, foram de vítimas de casos confirmados ou suspeitos de covid-19. Até outubro de 2020, de acordo com a empresa Campo da Esperança, que administra seis cemitérios em Brasília, foram registrados 11.024 sepultamentos nas unidades. No mesmo período, em 2019, esse número foi de 8.897.Tânia Batista, Presidente da Associação das Funerárias e responsável por uma empresa do setor, disse que a última quarta-feira, dia 24, foi particularmente um dia de muito trabalho na sua funerária, com sete sepultamentos de vítimas de covid.

O DF conta 238 agentes funerários, contando inclusive com donos das empresas, que também executam sepultamentos quando os funcionários estão ocupados. Desse total de profissionais, de acordo com Tânia Batista, 47 foram contaminados pelo coronavírus, e cinco morreram. Segundo ela, para dar conta do grande número de sepultamentos, as funerárias chegaram a aumentar suas equipes. O incremento nas contratações por parte das empresas variou entre 10% e 15%.

Tânia queixa-se do alto valor cobrado atualmente pelos equipamentos de proteção (EPIs). O protocolo vigente exige que os sepultadores usem máscaras, faceshild, capotes e luvas quando se trata de vítimas das covid-19. “Na minha empresa ainda temos EPIs disponíveis porque estamos fazendo estoque desde o início da pandemia, mas os valores dos produtos triplicaram. A caixa de luvas que se comprava por R $15 reais, hoje saí por R $150 ou R $180 reais, dependendo do material. O pacote do capote custava entre R $19 e R $20 reais. Atualmente o mesmo produto é encontrado por R $150 reais. Hoje para renovar o estoque é muito mais caro”, queixou Tânia Batista.

“Mesmo com o aumento do número de mortes em virtude da pandemia de covid-19, não houve em momento algum a falta de jazigos em Brasília ou a espera por jazigos em construção. O estoque de novas sepulturas é mantido sempre para pelo menos 5 meses de sepultamentos, conforme o que já era praticado pela concessionária antes da pandemia”, informou a Campo da Esperança.

Mudança na rotina de trabalho

Além do uso obrigatório de EPIs pelos sepultadores, uma das mudanças mais sentidas é a proibição de se realizar velório no caso de óbitos em decorrência da covid. Os caixões são recebidos em cada um dos seis cemitérios do DF em salas separadas exclusivamente para esta finalidade e seguem para serem sepultados no jazigo adquirido pela família.

Como o protocolo determina que os corpos sejam sepultados em até 24 horas após o óbito, alguns enterros ocorrem fora do horário de funcionamento dos cemitérios, que é das 8 às 18 horas. Embora não seja permitida a realização de velório, os parentes podem acompanhar o sepultamento, independente do horário. No entanto, deve ser observada a orientação de manter o distanciamento entre as pessoas e o uso de máscaras.

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