Menu
Brasília

Dia Nacional do Livro Infantil: instrumento de ensino e construção afetiva

De acordo com a pasta, somente neste ano, 6 mil livros já foram distribuídos às unidades escolares

Redação Jornal de Brasília

18/04/2024 15h37

Foto: Agência Brasília

Terreno fértil para a imaginação, a literatura é fundamental para estimular o gosto pelo ensino e pela escrita na infância. Nesta quinta-feira (18), é comemorado o Dia Nacional do Livro, marco importante para incentivar o contato com a leitura cada vez mais cedo.

Com foco no desenvolvimento socioemocional, o Governo do Distrito Federal (GDF) promove o incentivo à leitura na rede pública em várias frentes: a partir da distribuição de obras literárias às instituições de ensino, da capacitação de profissionais da educação no tema, e do incentivo ao pensamento criativo e à imaginação na infância.

“Nós temos uma política bem firme com o repasse de livros de literatura infantil para instrumentalizar as bibliotecas escolares, e garantir que elas tenham um acervo sempre atualizado, que gere interesse nas crianças”, destaca Rejane Matias, gerente das Políticas de Leitura, do Livro e das Bibliotecas da Secretaria de Educação do DF.

De acordo com a pasta, somente neste ano, 6 mil livros já foram distribuídos às unidades escolares. Levantamento do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF) também aponta que 70% das crianças de até 6 anos do DF possuem algum livro infantil ou livro de imagens. Outros 74%, na mesma faixa etária, têm incluídos na rotina momentos de música, leitura, brincadeiras ou atividades físicas.

“A secretaria prima muito pela valorização de todos os profissionais da educação infantil envolvidos nesse contexto. A formação do nosso professor é muito voltada para a importância de trabalhar esses referenciais teóricos da literatura e da oralidade, principalmente os processos de criação e imaginação na infância”, prossegue a educadora.

Por trás da obra, a autora

A pasta também incentiva a realização de eventos voltados para a contação de histórias e o desenvolvimento educacional dos pequenos por meio da literatura infantil. A escritora brasiliense Ana Neila Torquato, autora de 12 obras infantis, participou de uma dessas iniciativas, no Centro de Ensino Infantil (CEI) da Candangolândia.

O evento realizado na quarta-feira (17), véspera do Dia Nacional do Livro Infantil, promoveu uma imersão na literatura. Mais que uma contação de histórias, teve como objetivo aproximar as crianças da autora e do processo criativo por trás da composição de um livro.

“Esse tipo de ação é importante para o desenvolvimento, para o processo de aquisição do repertório de leitura da criança. Saber que o escritor existe, que ele está pertinho, é ‘gente como a gente’, né? Porque tem muita criança que acha que todo autor já morreu. Ou todos moram longe”, destaca.

Psicopedagoga com experiência na rede pública de ensino, Ana Neila decidiu escrever os livros que sentia falta na construção da didática em sala de aula. Foi assim que nasceu a obra Minha Cidade, trabalhada com os alunos do CEI Candangolândia.

“Muita gente acha que escrever para crianças é fácil, porque tem pouco texto. Mas não é uma tarefa fácil. Você precisa resgatar a sua criança interior e prestar a atenção no mundo. Essa visão de mundo da criança precede a leitura das palavras, então quando a gente vai escrever um livro, pensa na obra como um objeto de cultura, que pode conduzir boas conversas e abrir portas e janelas para o mundo”, avalia a profissional.

A pequena Sara Vasques de Oliveira, de 5 anos, é uma das crianças da turma e conta que a obra se tornou o novo livro preferido dela. “Eu achei bem legal a contação de histórias, porque eu adoro ler livros. O meu favorito é o Minha Cidade, eu aprendi todas as coisas da cidade com ele”, afirma a pequena.

Não é só para crianças

Mais do que palavras escritas em verso e prosa, a literatura infantil também promove momentos em família. É com essa premissa que o autor Alexandre Parente decidiu começar a escrever as primeiras obras infantis, por sentir falta da figura paterna nas histórias e nos momentos familiares.

“Muitas vezes a criança, mais do que a própria história, o que ela quer é o momento. Ela quer aquele abraço, aquele aconchego com o pai, com a mãe, com os avós, com os professores da escola. Aquele fortalecimento dos laços. Por isso eu acho a literatura infantil tão importante”, destaca o engenheiro agrônomo, que encontrou na literatura uma forma de homenagear os quatro filhos e viver momentos importantes ao lado deles.

“Eu, como escritor, tenho muita preocupação com as palavras que a gente coloca, porque é da infância que estamos cuidando. Demanda um respeito, um cuidado, um carinho. Cada palavra, cada ilustração toca no coração de uma criança – que é uma terra fértil e pura”, explica.

A leitura também é uma forma lúdica e leve de introduzir temas sensíveis, como acessibilidade, doenças mentais e bullying. Em algumas obras do autor, o assunto é abordado de forma descomplicada e enriquecedora.

“Nesse tipo de obra, temos que ter mais profundidade. O livro infantil não é só para crianças, ele é para todas as idades. Eu já vi vários adultos se emocionarem com meus livros e com outros. Porque eles também despertam a memória afetiva”, conta.

As informações são da Agência Brasília

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado