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Brasília

Da BR-116 para o mundo na rota do jornalismo

Leandro Mazzini comemora os 10 anos do e-mundi, evento que reúne veículos de imprensa. E conta sua trajetória ao JBr

Vítor Mendonça

24/04/2023 11h27

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

“Da BR 116 para o mundo”. Assim Leandro Mazzini, 46 anos, colunista político do JBr, descreve a trajetória como profissional da imprensa nos últimos 25 anos de trabalhos como jornalista. Nascido em Muriaé (MG), o também escritor passou a infância e início da juventude à beira da BR-116 com a família.

Filho de pai mecânico e mãe costureira, desde pequeno foi incentivado por ela no hábito da leitura. O jornalismo aflorou naturalmente aos 21 anos, quando se mudou para o Rio de Janeiro para fazer o curso nas Faculdades Integradas Hélio Alonso.

Mazzini, que acaba de completar 16 anos em Brasília, construiu uma das empresas mais relevantes de comunicação do Brasil. A LEMA – que leva abreviação do nome – detém a marca e-mundi – encontro mundial da imprensa (assim mesmo, tudo em caixa baixa), que já promoveu 15 seminários e press-trip desde 2013 com quase uma centena de veículos convidados. Não por acaso, o e-mundi conta hoje com 120 jornais e portais cadastrados em 20 países. Aliás, o e-mundi (que completa 10 anos em 2023) tem sede em Brasília e representantes em Miami e Lisboa.

“Superei as dificuldades para conquistar este espaço, com muito trabalho e foco no que interessa: valorizar os jornais e jornalistas. Isso é que vale a pena”, ressalta Mazzini. “Tenho satisfação em fazer o evento, porque eu sou jornalista como os convidados e com eles confraternizo”.

Um Nobel da paz numa navegação na Amazônia em 2017; dois americanos dos maiores especialistas em combate a pirataria, em Foz do Iguaçu; o economista Marcos Troyjo – que depois assumiu a direção do Banco dos BRICS são alguns dos palestrantes que já passaram pelo e-mundi. A marca conta hoje com cerca de 50 grandes empresas, entre estatais e privadas, que apoiam ou já apoiaram o evento. Ele não cita faturamento, mas no mercado comenta-se que passa dos 7 dígitos anuais.

Mesmo com a interrupção no setor por mais de dois anos com a pandemia da Covid-19, o e-mundi voltou em 2022 com uma press trip no Museu de Inhotim, com 10 veículos convidados. Neste ano já estão confirmadas mais duas internacionais (em Caraíva, na Bahia, e em Tiradentes, em Minas) com participação de jornais da Argentina, Uruguai, México, Portugal, Itália e Espanha. E um seminário num hotel nos Lençóis Maranhenses, quando são esperados 45 jornais.

Mazzini destaca que dentro de três anos o e-mundi estenderá as edições para fora do Brasil. “Programamos para Flórida e Peninsula Ibérica em breve, com grandes parceiros destes países”. O evento já é conhecido no exterior com citações em reportagens como NHK do Japão, Deutsche Welle, da Alemanha, Clarín, da Argentina, e no mexicano El Universal. Em 2016, em duas edições que reuniram 5 medalhistas olímpicos no Rio para debater os Jogos do Rio, agências internacionais marcaram presença.

“Projetamos realizar de três a quatro eventos por ano. Vamos buscar mais jornalistas, mais palestrantes que tragam bons debates”, afirmou.

Brasília inspiradora

“Me sinto muito realizado. Completei 16 anos de Brasília no dia 22 de abril e refleti muito. Me reencontrei aqui como homem e como profissional. Brasília me deu isso. Devo muito a ela, aos meus amigos, a toda a rede de contatos que eu fiz, ao incentivo de meus pais e a Deus por tudo”, destaca Mazzini.

Ele é mais um destes casos de trajetória de superação.
Antes de Brasília, o mineiro, aos 18 anos, se mudou para o Rio de Janeiro , onde chegou com uma mala de roupas e poucos trocados na conta. Trabalhou numa gráfica de um conhecido, e morou no alojamento da empresa por dois anos para bancar a faculdade. “Eram 7 homens num quarto apertado, o ramal do trem a 2 metros da janela. Dormia à meia-noite com o ultimo trem, e acordava às 5h com o primeiro”, relata. Com dificuldade para pagar a faculdade no 3° semestre, tomou iniciativa arriscada. Pediu uma bolsa de estudos de 50% com a contrapartida de patrocínio da marca no seu 1° livro. A direção gostou da ideia e fez melhor: concedeu uma bolsa integral a Mazzini até o fim do curso. “Sou grato à FACHA por isso, me orgulho de ter me formado lá”.

Curiosamente enquanto investe na conectividade de jornalistas, Mazzini não tem redes sociais há 8 anos. “Perdia muito tempo com isso”. Mas aquele menino da BR que se fez profissional no Rio e Brasília não para e vislumbra outros setores. Em breve a empresa terá uma sede própria. Para quem dormia de frente para a linha do trem, a recompensa veio com o destino o colocando nos trilhos do sucesso profissional.

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