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Brasília

Criminoso linchado no Sol Nascente não era estuprador de acordo com a PCDF

Após imagens circularem nas redes sociais apontando o homem como estuprador, populares o reconheceram e o agrediram dentro de igreja.

Redação Jornal de Brasília

05/09/2022 19h44

Foto: Reprodução

Por Tereza Neuberger
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Um homem de 25 anos foi agredido dentro de uma igreja evangélica no Sol Nascente, após ser apontado por moradores da região como um estuprador. Os vídeos das agressões circularam nas redes sociais na última sexta-feira (02).

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) o caso não passou de um mal entendido. Tudo começou quando o homem invadiu a residência de uma mulher próxima a Escola JK, no Sol Nascente. Em depoimento à polícia, a mulher disse que estava sozinha em casa, por volta das 11h30 quando se deparou com um homem no corredor. Em seguida ela se assustou, correu pro quarto e se trancou. A mulher disse ainda que ao vê-la o homem disse “eu achei que não havia ninguém em casa”, pulou o muro da residência e foi embora.

A suposta vítima foi até a 19ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Norte) para registrar ocorrência. Na delegacia ela informou que seria uma tentativa de estupro, e portanto o caso foi encaminhada para Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) 2. Houve um entendimento que não se tratava de uma tentativa de estupro e o caso retornou para 19ª DP.

O homem não foi localizado, enquanto isso um vídeo de câmeras de segurança nas proximidades da residência então invadida o flagraram enquanto fugia do local por volta das 11h13 do dia 30 de agosto. O vídeo em questão circulou nas redes sociais e em grupos de WhatsApp apontando o homem como um suposto estuprador. A história se espalhou pela região e logo surgiu uma outra mulher dizendo que foi vítima de estupro do mesmo homem em um matagal nas proximidades.

Populares cercaram um suposto estuprador e o agrediram na região do Sol Nascente.

Na noite da última quinta-feira (01) o homem foi visto na região e foi reconhecido por populares. Ele acabou se escondendo dentro de uma igreja evangélica, onde a população local o cercou e acabou agredindo o homem até que a polícia foi acionada. Ele foi encaminhado para 19ª DP e ouvido formalmente.

De acordo com o delegado chefe da 19ª DP, Vander Braga, o criminoso não podia ser preso pelo furto, pois já havia passado o flagrante. Ele poderia registrar ocorrência por calúnia por conta do vídeo que circulou e por lesão corporal caso tenha identificado quem o agrediu, porém ele não quis e recusou também o atendimento médico.

Um inquérito foi instaurado por tentativa de furto. “Qual é a convicção nossa pra poder registrar esse crime de furto na modalidade tentada e não estupro, primeiro pelos antecedentes criminais desse indivíduo”, conta Vander Braga.

O criminoso possui uma ficha criminal extensa com passagens desde quando ainda era adolescente pelos crimes de tráfico. Após os 18 anos respondeu cerca de quatro vezes pelos crimes de furto a residência e no momento cumpre prisão domiciliar pelo crime de tráfico de drogas. “Então a gente conclui que quando ele pulou para dentro desse lote o objetivo mesmo dele, era furtar a residência para sustentar o próprio vício, pois também é usuário de drogas”, completa o delegado.

Em função de estar cumprindo prisão domiciliar e ter praticado um outro crime a pena do homem poderá ser regredida.

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