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Brasília

Corrida pela compra de material escolar

Sindipel anuncia aumento nos preços dos materiais escolares e sindicato, especialistas e mães indicam as melhores estratégias nas compras

Lúrya Coelho

04/01/2024 18h28

Foto: Agência Brasília

Hora de gastar com material escolar. Após o período de festas de fim de ano, com ceias, presentes e comemorações, agora chegou o momento de muitas famílias se prepararem financeiramente para as compras do ano letivo. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Material de escritório, Papelaria e Livraria do Distrito Federal (Sindipel/DF), os materiais escolares devem ficar 6% mais caros nesta temporada de férias, com livros didáticos, mochilas e uniformes lideram o ranking de itens mais caros da lista. Para economizar nos gastos, o Sindipel recomendou algumas estratégias para os pais e responsáveis.

Mesmo com o aumento, o ano já começou com as papelarias cheias. Donos e lojistas de papelarias esperam que o movimento aumente cada vez mais no decorrer deste mês. Ricardo Cunha, de 62 anos, é dono de uma papelaria de varejo e atacado, e está otimista: “Já está melhor que ano passado, a gente tá vendendo mais e as lojas ao redor também, tanto que vejo chegando mais estoques o tempo todo”.

Com relação ao aumento dos preços, os donos afirmam que precisaram aumentar o preço dos produtos para garantir a margem de lucro acima da inflação e conseguir manter seus negócios. O gerente de outra loja exclusiva de materiais de escritório, Agnaldo Feitosa, afirmou que foi necessário. “Mesmo a gente trazendo descontos e promoções, não tem como não aumentar. Os fornecedores ficaram mais caros e a gente tem que tirar nosso lucro ainda”, afirmou.

Ainda de acordo com o levantamento, os livros didáticos são os mais caros, variando de R$155 a R$676, seguido pelas mochilas, de R$38,90 a R$569,90, e, em terceiro lugar, está os uniformes, de R$59,90 a R$280,90. Já entre os itens mais baratos da lista de materiais estão: lápis (R$0,50 a R$11,90), caneta (R$0,90 a 28,90), papel (R$1 a R$5,90), borracha (R$0,30 a R$10,90) e lápis de cor (R$4,90 a R$164,90). Para evitar os preços exorbitantes dos livros didáticos, o Procon/DF recomenda que os pais e responsáveis comprem os livros usados por outros alunos que podem ser reutilizados neste ano letivo, mas é importante informar-se com a escola para saber se houve alteração ou atualização do material solicitado.

Para Rodrigo Simões Galvão, economista e professor da Faculdade do Comércio, esse aumento é consequência da inflação que aumentou no DF desde novembro, mas existem outros determinantes, como a demanda crescente desde o final do ano passado. “Sempre no terceiro trimestre de cada ano, começa-se a verificarmos aumentos devido ao aumento da demanda, e no caso dos materiais escolares, existe um fator adicional que é a demanda escolar, a cada ano que passa os custos escolares estão tendo aumentos acima da inflação, devido ao custo do ensino, principalmente os referentes aos ensinos particulares”, afirma.

Por isso, o especialista apresenta algumas dicas importantes para a lista de materiais escolares não pesar muito no bolso dos brasilienses. Primeiro, é importante fazer a cotação, uma pesquisa de preços, em diversas lojas, também é indicado fazer compras em conjunto com outros pais de alunos, buscando um desconto maior junto aos fornecedores ou lojas de papelaria e, por último, buscar saber se a escola possui convênio com lojas de departamento escolares, oferecendo descontos especiais a determinada escola ou colégio.

“A prática da pesquisa de preços e cotação é essencial para todos os tipos de gastos, não somente os escolares, pois através da negociação de preços, é onde a família consegue economizar em diversos gastos e isto gera uma boa economia ao final do mês. Ainda que o desconto seja baixo numa determinada compra, mas quando você acumula diversos descontos em diversas compras realizadas pela família durante o mês, o resultado é surpreendente”, garante Rodrigo.

Cada responsável pelas compras costuma ter uma estratégia para economizar da melhor forma. Sandra Rocha, de 47 anos, é autônoma e se garante na prática de pesquisar os preços até encontrar o mais barato. “Lá em casa é assim: a gente separa um dia inteiro só para comprar os materiais dos meninos. A gente anda em todos os lugares, entra em um monte de loja e vai vendo onde cada coisa é mais barato, compra uma coisa ali, outra aqui. Geralmente em papelaria de atacado é mais barato, mas nem isso garante, o jeito é sair procurando mesmo”, afirma.

Lucas Leite, de 29 anos, está passando pela experiência de comprar materiais escolares pela primeira vez para a filha, que vai começar na escola. “Eu estou de olho nas promoções. Estou comprando desde o ano passado algumas coisas, e é assim: compro cada coisinha de acordo com as promoções que vejo nas lojas. É uma economia que faz muita diferença no final”, garante o pai.

Diante de tanta variação nos preços de cada produto, como citado no estudo do sindicato, Carmenia Sandré, de 38 anos, diz que o segredo não é procurar sempre o item mais barato, mas sim encontrar o melhor custo-benefício. “Eu tento encontrar um equilíbrio entre um produto barato, mas também de qualidade. Comprar o mais barato nem sempre funciona porque às vezes o produto deixa muito a desejar ou nem funciona como deveria, então eu escolho o que vai durar mais tempo, mesmo que seja um pouco mais caro. Isso vai ser uma economia a longo prazo. Por exemplo, ano passado eu comprei um fichário para as minhas filhas ao invés de caderno, é mais caro, mas dá para usar por mais tempo e também não tem desperdício de folhas, já que coloca as folhas no fichário de acordo com o que vai usar. Elas usaram ano retrasado, ano passado e ainda está ótimo para usar este ano, porque é feito de um plástico com muita qualidade. São três anos sem comprar caderno, compro só as folhas conforme precisa, sai bem mais em conta”, relata Carmenia.

Uma outra opção, ainda mais nesse mundo tomado pelas compras online, é garantir os materiais pesquisando e comprando pela internet. Lurdes Caminho, de 63 anos, afirma que essa opção é mais fácil, uma vez que a pesquisa é mais rápida e eficiente. “Minha neta que me ensinou. Ano passado, quando ela precisava de alguma coisa, ela mesma procurava na internet e me mostrava o preço pedindo para comprar. Quase sempre era mais barato que nas papelarias que eu costumo ir. Então esse ano a gente decidiu comprar a maioria das coisas pela internet mesmo, mas no caso de alguns materiais ainda são preciso olhar direitinho para saber a qualidade e se é do jeito que a gente quer, aí o jeito é vir na papelaria mesmo”, relatou.

Cada pessoa com sua técnica, mas o principal e mais conhecido ainda se mantém, inclusive sendo recomendado pelo Sindipel: focar no essencial e pesquisar. Também é importante não deixar para última hora e, assim, conseguir comparar preços com mais tranquilidade e garantir uma economia melhor.

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