O Conselho seccional do Distrito Federal, subseção de Ceilândia, da Ordem dos Advogados do Brasil, publicou na última terça-feira (12) uma nota de repúdio ao ato de violência cometido pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra contra uma paciente durante um parto cesariana. O caso aconteceu no Hospital da Mulher de São João de Meriti, no estado do Rio de Janeiro.
A nota considera que o ato atingiu a sociedade como um todo. “Atingiu toda a sociedade ao colocar o medo do estupro como um elemento da existência das mulheres dentro do ambiente hospitalar onde se imaginava ser o local mais seguro para um momento tão sublime”.
O órgão ainda reiterou o compromisso com a luta contra a ‘cultura do estupro’. “Reiteramos nosso compromisso de lutar contra a “cultura do estupro” e externamos a nossa profunda solidariedade
às mulheres, na medida em que nos colocamos contra a violência sofrida e de todas as formas de
violência e conclamamos as autoridades e sociedade para somarem esforços no combate à violência
contra mulheres em todas suas formas”, destacou.
Confira a nota na íntegra
“O Conselho Subseccional, as Comissões da Saúde e de Enfrentamento à Violência Intrafamiliar e da Mulher da Subseção de Ceilândia – OAB/DF, vêm manifestar total repúdio e aversão aos atos de violência perpetrados pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra a uma paciente sedada para o parto cesariano, no Hospital da Mulher de São João de Meriti – Rio de Janeiro.
Além de afetar a saúde física e psíquica da vítima no momento mais sagrado para toda mulher, que é trazer o filho ao mundo, atingiu toda a sociedade ao colocar o medo do estupro como um elemento da existência das mulheres dentro do ambiente hospitalar onde se imaginava ser o local mais seguro para um momento tão sublime.
É intolerável de todas as maneiras que uma mulher seja submetida à violência sexual durante um parto, um momento de extrema vulnerabilidade. E que esse crime tenha sido praticado por um médico, a autoridade em quem as mulheres deveriam confiar.
A “cultura do estupro” enraizada em nosso país deve ser combatida veementemente, e trazer para o debate público e técnico a inviolabilidade dos direitos das mulheres a uma vida livre de violências, sendo imperativa e urgente a ação do Estado para a garantia da proteção integral das vítimas, e a esponsabilização dos criminosos.
Repudiamos o estupro e todas as formas de violência contra mulheres e reiteramos nosso compromisso de lutar contra a “cultura do estupro” e externamos a nossa profunda solidariedade às mulheres, na medida em que nos colocamos contra a violência sofrida e de todas as formas de violência e conclamamos as autoridades e sociedade para somarem esforços no combate à violência contra mulheres em todas suas formas.”