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Brasília

Companhia brasiliense leva peças de teatro gratuitas à regiões administrativas do DF

O espetáculo conta a história de duas irmãs da década de 60 e tentam se reinventar perante as modernidades e novidades da vida contemporânea

Luana Adnet

22/09/2023 19h22

Durante o mês de setembro a Cia Luh Rabelo foi responsável por levar o palco do teatro à lares de idosos, lares de acolhimento ao público LGBTQIA + e escolas em regiões administrativas do Distrito Federal. Disponível de forma totalmente gratuita e aberta a todos que tiverem interesse. Amanhã (23) é o último dia de apresentação da peça ‘Entre! A porta está aberta’ e vai acontecer às 16 no Vital-lar Casa de Idosos no Gama.

O espetáculo conta a história de duas irmãs da década de 1960 e tentam se reinventar perante as modernidades e novidades da vida contemporânea. A peça trata de assuntos delicados mas sempre com um alívio cômico para deixá-la leve a todos que assistem. Luh Rabelo e Glória Prado dão vida às personagens Flora e Guta.

Luh Rabelo, atriz e dona da companhia, se emocionou ao comentar sobre o que a levou a produzir a peça. “O intuito foi mostrar que você pode fazer o que quiser, com qualquer idade. Nós definimos nossos limites, não deixem com que as pessoas limitem vocês.”

Inclusão

Além de produzir peças, a Cia Luh Rabelo também dá aulas gratuitas. A fundadora também contou sobre a dificuldade em relação à acessibilidade quando se trata de praticar e consumir teatro. “Se você chegar e falar “não posso pagar” não vai ficar sem fazer. Não é o dinheiro que me move aos sessenta e cinco anos mas os sonhos sim ou tornar realidade um pouquinho, incluir um pouco dessas pessoas pelo menos um pouquinho, porque a arte não é, infelizmente, não é inclusiva.”

Luh também contou que houveram lugares em que se apresentaram em que haviam pessoas que nunca tinham ido ao teatro na vida. Ela defendeu o FAC (Fundo de Assistência à Cultura) e disse que sem esse apoio eles não estariam ali. O FAC é um incentivo às atividades artísticas e culturais promovido pela Secretaria de Cultura do DF. O programa existe desde 1991 e representa 0,3% da receita do Governo do Distrito Federal.

Só que, para ela, não basta o incentivo governamental, as escolas deveriam ensinar a importância do teatro e motivar o consumo. “Nós fomos fazer uma apresentação numa escola, mas somente os alunos estavam. Nenhum professor, coordenador, diretor, nada na sala. Ninguém estava lá. Então isso pra mim foi frustrante. Não que eu quisesse que ele assistisse, mas que eles mostrassem aos alunos: Está vendo fulano? Olha que legal.”, contou Luh.

Por mais que a ajuda do FAC seja essencial, ela não é suficiente. A disponibilização de recursos é limitada e se o requerimento não for feito de forma correta pode ser recusado. Uma das apresentações da peça ‘Entre! A porta está aberta’ teve que ser feita por conta da companhia que organizou porque a escola pediu após a apresentação do projeto ao FAC. Luh contou que “não conseguia recusar”, então arcou com as despesas por conta própria. Ou seja, a burocracia ainda é um empecilho para o desenvolvimento da cultura no Brasil.

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