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Brasília

Censo mapeia 100 empresas de tecnologia da educação no DF

Ed Edtech Meetup Brasília lança o 6º Censo da categoria

Redação Jornal de Brasília

01/03/2023 16h28

Alessandro Machado, sócio Cedro Capital; Alex Cordon, vice-presidente da edtech; e Johann Bischof, representante da Sebrae. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

Amanda Karolyne
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Foi lançado, nesta terça-feira (28), o 6º Censo de Edtechs, realizado pela Ed Edtech Meetup Brasília, associação que reúne empreendedores na área de inovações educacionais. O evento ocorreu na sede da Biud, em Brasília-DF.

Edtechs são empreendimentos, geralmente de base tecnológica, que desenvolvem inovações para a educação. O censo de 2023 mapeou 100 edtechs da região, um aumento significativo em relação ao censo anterior, de 2020, que identificou 68 iniciativas.

A diferença entre um censo e outro é radical, principalmente pela movimentação que houve entre os dois censos: 27 edtechs faliram ou foram descontinuadas, e 2 saíram do ecossistema. Segundo os dados coletados, 61 edtechs entraram, das quais 36 foram fundadas durante ou após a pandemia. A soma das edtechs que saíram e entraram representa 90% do total mapeado em 2023. Outro ponto, é que as edtechs que permaneceram, mudaram seus negócios significativamente, para ampliar sua atuação online. Esse novo cenário, irreconhecível se comparado ao anterior, retrata as transformações que ocorreram na educação durante a pandemia da COVID-19.

De acordo com Nathalia Kelday, presidente do Edtech Meetup, a publicação do censo de 2023 é um marco importante para a comunidade de edtechs. Ela explica que a evolução das edtechs no ecossistema tem sido constante, tanto em número quanto em maturidade e em faturamento. Essa é uma tendência que acompanha o segmento de tecnologia como um todo, que está ocupando cada vez mais espaço no mercado. “A educação é tradicionalmente um setor mais conservador, e por isso o boom das edtechs levou um pouco mais de tempo para ocorrer, se comparado a outros segmentos”, comenta.

Para Nathalia, definitivamente, a pandemia contribuiu para evidenciar uma série de problemas estruturais na educação e na sua defasagem em relação à forma como a sociedade se organiza nos dias de hoje. “A evolução das techs, portanto, significa uma aceleração da modernização do segmento, com adoção crescente de novas tecnologias e novas metodologias de ensino-aprendizagem”. Ela acredita que podemos esperar as instituições de ensino aderindo paulatinamente às inovações tragadas pelas edtechs, o que vai beneficiar toda uma cadeia na sociedade, começando pelos alunos.

Segundo ela, Brasília é uma cidade tradicionalmente sustentada pelo setor de serviços, mas nos últimos anos, os governos do DF têm se dedicado a diversificar essa matriz econômica, e o segmento de tecnologia tem sido percebido como a vocação do DF, em razão do tamanho do seu território e da sua localização mediterrânea. Ela afirma que o amadurecimento do segmento de edtechs vai em linha com o planejamento estratégico da região, e traz uma série de implicações consigo. Ela aponta que o faturamento do segmento das edtechs aumentou 177% em 5 anos, passando de R$ 12,8 milhões em 2017 para R$ 35,6 milhões em 2021. “Isso significa mais impostos para serem reinvestidos na cidade, assim como mais verba circulando localmente. De 2020 para 2023, houve aumento de 32 edtechs no mapeamento, e passamos de 500 para 800 pessoas diretamente conectadas ao ecossistema, entre sócios e colaboradores”. Com isso, novos empregos estão sendo criados pela categoria. De acordo com os mapeamentos disponíveis de startups no DF, o segmento de edtechs corresponde a 50% das startups mapeadas de todos os segmentos.

O setor de tecnologia da educação, é o setor tecnológico mais proeminente da região, muito em razão do censo do Edtech Meetup, que tem uma capilaridade destoante das demais. “Para Brasília, isso significa maiores exportações de serviços, atraindo receita para a região e nos destacando como polo de inovações educacionais”, frisa.

A presidente do Edtech Meetup destaca que os resultados do censo indicam que o segmento está em franco crescimento, e que podemos esperar cada vez mais instituições de ensino aderindo a novas tecnologias e ampliando a eficiência de seus processos de ensino-aprendizagem. Em alguns subsegmentos, também pode implicar disrupções na economia. “Por exemplo, com a aceleração das mudanças tecnológicas e da sociedade, cursos superiores tendem a ficar obsoletos com facilidade, e as edtechs surgem para suprir lacunas como essa, ofertando cursos livres de curta duração”, cita. Outra disrupção que ela aponta, é a reestruturação dos cursinhos preparatórios, que estão migrando cada vez mais para o online, em razão de menores custos para os alunos, assim como acesso aos melhores professores. “Alguns subsegmentos estão sendo abalados, ao passo que outros estão se fortalecendo com a complementaridade das edtechs”, complementa.

O objetivo do censo é facilitar o acesso das edtechs a empresas e instituições de ensino interessadas em tecnologias educacionais, além de fornecer informações para nortear políticas públicas e atrair investimentos privados.

O evento de lançamento do censo contou com a presença de líderes do segmento de edtechs, investidores e outros profissionais interessados em tecnologia para a educação. Nathalia afirma que o evento é um “minimeetup”, para que essas pessoas tenham um momento descontraído e fortuito para que conexoes e parcerias possam surgir. Algumas das presenças no evento são: Wendely Leal, vice-presidente da Brasil Startups; Marcos Scussil, vice-presidente do Sinepe-DF; Helber Vieira, Cavaleiro da Ordem do Mérito Educacional; Alessandro Machado, sócio da Cedro Capital; Ana Elisa Scussel, presidente do Sinepe-DF; entre outros.

Johann Bischof, gerente de projetos do Sebrae DF, esteve no lançamento, e contou que vinha observando o potencial das soluções inovadoras na área de educação nos últimos anos. “Então, colocar o Distrito Federal no mapa como referência na área de edtechs era um sonho que foi cultivado há 4 anos atrás”. Para ele, o crescimento de empresas na área de tecnologia de educação, significa pensar no futuro. “E para mim, pensar no futuro começa pela educação, para estar promovendo novos caminhos e possibilidades para jovens, adultos e idosos possam estar aprendendo e desenvolvendo soluções”, relata.

O vice-presidente da Edtech Meetup, Alex Cordon, acredita que as startups são um pedacinho do ecossistema. Ele cita que existe o governo, grandes empresas e outras coisas dentro do ecossistema. “E na hora que a gente faz pontes entre startups e os grandes grupos, é muito importante para os dois lados”, afirma. Então para ele, o censo vem com a ideia de fazer essa movimentação e dar o fortalecimento necessário para fazer com que o ecossistema amadureça.

O sócio da Cedro Capital, Alessandro Machado, empresa que faz gestão de investimento em startups de tecnologia, para ele é importante estar no mesmo meio em que os empreendedores.

Alessandro Machado, sócio Cedro Capital; Alex Cordon, vice-presidente da edtech; e Johann Bischof, representante da Sebrae. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

A presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF, Ana Elisa Scussel, acredita que tudo que envolve educação é importante para o Sinepe-DF. “É importante acompanhar esse movimento, e eu diria que a pandemia trouxe isso mais para perto da escola, da educação”, salienta. Para ela, a geração de alunos que existe hoje, vem buscando mais essa interação. Ela conta que Edtech Meetup tem trabalhado com o Sinepe-DF no sentido de oferecer cursos de capacitação para os professores, para receber esses alunos. “Para que os professores adquirem essas habilidades que o mercado está exigindo e o século XXI também”.

Ana Elisa Scussel, presidente do Sinepe-DF. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

O Cavaleiro da Ordem do Mérito Educacional, Helber Vieira, acredita que o momento atual é bastante emblemático para a inovação. “Com a intensidade do uso de inteligência artificial na educação, e com isso, ela está cada vez mais carente de inovação”. De acordo com Helber, ao alimentar esse tipo de iniciativa, em que você mapeia o ecossistema de inovação da educação, se presta um serviço enorme para a educação. “No sentido de acelerar a transformação da educação para o século XXI”.

Helber Vieira, cavaleiro da Ordem do Mérito Educacional, e Nathalia Kelday, presidente do Edtech Meetup. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

Acesse o Censo de 2023 Edtech Meetup no site

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