Menu
Brasília

Caso Lázaro: vestígios de rituais revelam possível iniciação do assassino

Parede com grande quantidade de vestígios de velas que foram acessas em supostos rituais de “magia negra” é encontrada

Redação Jornal de Brasília

18/06/2021 11h22

Atualizada 01/07/2021 16h41

Enquanto há dez dias Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, está sendo caçado por uma Força Tarefa com quase 400 homens das forças especiais de segurança, policiais fortemente armados e bem treinados, por outro lado, vestígios descobertos na fuga vem chamando a atenção e demonstram sinais de que o assassino tinha conhecimento também de iniciações ritualísticas, que, para quem acredita, pode está sendo usada na fuga.

Primeiro, foi a morte de Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, que teria ocorrido em um ritual satânico. A polícia encontrou mechas de cabelo e uma orelha arrancada próximo ao córrego onde a vítima foi encontrada no último sábado (12), entre a DF-180 e a BR-070.

Como revelado pelo Jornal de Brasília, imagens obtidas pelos investigadores mostram altares com cachaça e dinheiro ao redor, cumbucas de barro e pichações nas paredes — uma delas escrita “Satan”. Este cômodo seria da casa onde a mãe de Lázaro morava, na região de Girassol-GO, próximo de onde o fugitivo está escondido.

Agora, na fazenda onde a mãe e o padrasto do assassino trabalhavam foi encontrado no chiqueiro vestígios na parede de uma grande quantidade de velas que foram acessas em supostos rituais de “magia negra”.

Fica claro na imagem a fuligem marcando a parede, na qual pode se perceber da esquerda para a direita que duas velas foram acesas, logo em seguida vem um espaço sem queimadura, o que supostamente poderia ser o lugar de uma imagem. Seguindo a fotografia, pode-se contar mais dez vestígios de velas e outra vez um espaço sem queimaduras. Logo adiante se conta mais sete queimas.

A descoberta chocou o dono da propriedade, uma fazenda em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás-GO, onde Lázaro já trabalhou com a mãe e o padrasto, Wesley Lacerda. Wesley lembra a reportagem que a mãe e o padrasto do fugitivo, conhecidos como Eva e Leín, eram os responsáveis por cuidar de sua fazenda.

Eles trabalharam na propriedade entre 2017 e 2020 e Lázaro os ajudava em 2018, antes de ser preso — e fugir meses depois. Em 2020, os pais decidiram voltar para a Bahia, mas retornaram neste ano e ficaram até a última quarta-feira (9), data da chacina no Incra 9, quando regressaram às terras baianas com medo de represálias.

Durante entrevista para o Jornal de Brasília, Wesley afirmou que Lazaro “era uma pessoa comum, sem traços de agressividade. Pelo contrário, era uma pessoa tranquila de se dar. Recebia ordens, não questionava, cumpria”, explica. A mãe e o padrasto também trabalhavam bem e não demonstravam má conduta, segundo ele.

Iniciado

Diante das evidências, já se sabe que Lázaro, mesmo se enveredando pelo caminho de assassinatos, estupros e crimes hediondos, também teve ensinamentos e iniciações feitas. Lázaro também estaria andando com uma espécie de livro, que os investigadores consideram ser “místico”. Isso lhe garantiria “proteção espiritual”. Também há a hipótese de que o fugitivo participaria de uma “seita’. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás, no entanto, não confirma a informação.

Especialista em religiões de matiz africana ouvido pela reportagem na condição de anonimato afirma que os “assentamentos” feitos pelo criminoso nada tem a ver com religiões de ancestralidade africanas como Umbanda e Candomblé.

Tanto o Candomblé quanto a Umbanda tem como primícias básicas o amor e o respeito pela natureza e as criaturas. Fora disso, não pode ser chamado e muito menos discriminado como parte dessas religiões.

“Exu é guardião, mensageiro, conhecedor e dono dos caminhos, executor da Justiça e não devemos de maneira alguma relacionar a entidade a qualquer barbárie cometida pelas pessoas.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado