Menu
Brasília

Cacique de aldeia no Noroeste chegou a ficar 9 meses acampado em frente ao Congresso

Ele chegou em Brasília em 2009 e ficou acampado em frente ao Congresso Nacional por 9 meses, após conflitos de terras

Redação Jornal de Brasília

30/04/2024 9h10

Foto: Reprodução

Por Iago Mac Cord
Agência de Notícias CEUB

O cacique Francisco Guajajara, da aldeia Teko-Haw, no setor Noroeste, em Brasília, veio da terra indígena Bacurizinho, da aldeia São José, localizada perto da cidade do Grajaú, no Maranhão.

Ele chegou em Brasília em 2009 e ficou acampado em frente ao Congresso Nacional por 9 meses, após conflitos de terras.

Após os agentes de segurança pública do DF desmontarem o acampamento em que estava, Francisco foi, com seu povo, para a Aldeia da Terra, localizada em Sobradinho. “Fomos pra lá e passamos 2 meses. Aí, de lá, nós decidimos fazer uma aldeia aqui no setor Noroeste”, explica.

Assim, no mesmo ano, Francisco e mais 37 famílias fundaram a Aldeia Teko-Haw.

Na maioria do Brasil, mas minoria


Segundo dados do IBGE, em 2022 o Brasil possuía 1.693.535 indígenas espalhados pelo território brasileiro.

Nesta mesma pesquisa, o relatório aponta que os indígenas estão presentes em 86,7% dos municípios brasileiros, compondo 0,83% de toda a população.

Em compensação, pela falta de demarcação de mais terras indígenas, a pesquisa apontou que a maioria vive fora das Terras indígenas.

Considerando a totalidade dos povos originários no Brasil, apenas 622,1 mil (36,73%) vivem em áreas demarcadas.

“Esse é um recorte importante não só para os órgãos indigenistas planejarem e executarem as políticas públicas direcionadas às terras indígenas, mas também porque revela uma demografia específica da população residente nessas áreas. Por isso ela precisa ser investigada e analisada em separado”, explica gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas, Fernando Damasco.


“Precisamos de apoio”


“Por isso que eu to aqui reivindicando. Até agora, no momento, a Aldeia Teko-Haw está precisando de apoio desse pessoal que representa a gente, né? Como geral, o Brasil todo. E eles englobam todos, né? Os direitos indígenas. Pensam que todo mundo está se beneficiando com essa organização aqui do Acampamento Terra Livre e, também, Marco Temporal, né?”, comenta Francisco.

O relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), mostrou que entre 2019 e 2022, o número de indígenas assassinados chegou a 795, sendo 180 só em 2022. Isso representa um aumento de 54% em comparação aos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer, que contabilizaram 500 assassinatos de pessoas indígenas.

“Não é que a gente está pedindo um favor, né? Porque é direito indígena. Direito de sobreviver, direito à terra, direito à educação e saúde. E nós que estamos protegendo! Eu sou Guardião do Cerrado, a gente tá protegendo o cerrado, para ele ficar em pé”, desabafa.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado