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Brasília

Brasília está pronta para ser referência do turismo acessível

O projeto já consta com miniguias com 11 equipamentos já com acessibilidade instalada

Redação Jornal de Brasília

17/02/2022 18h03

Agência do Trabalhador, Setor Comercial Sul, Plano Piloto, Brasília, DF, Brasil 29/9/2017 Foto: Tony Winston/Agência Brasília.Cerca de 650 pessoas com deficiência compareceram à Agência do Trabalhador do Setor Comercial Sul em busca de emprego, nesta sexta-feira (29), o Dia D no Distrito Federal dedicado à inclusão social e profissional.Os irmãos Leonardo, de 33 anos e Leandro Moreno da Silva, de 29, foram à agência em busca da oportunidade. Junto com eles chegou Luanna Honorato Diniz, de 31 anos, namorada de Leonardo. Os três são deficientes visuais.

Amanda Karolyne
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Com esperança de colocar Brasília no mapa de referência turística, o Acordo de Cooperação Técnica (ACT), foi assinado entre a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, Ministério do Turismo e Embratur, e vem trazer a capital como a primeira cidade brasileira a oferecer rotas turísticas acessíveis às pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. O projeto já consta com miniguias com 11 equipamentos já com acessibilidade instalada.

Além disso, são seis atrativos localizados no Eixo Monumental de Brasília, pela Rota Arquitetônica, e cinco na Rota Religiosa (da Paz) Acessível, espalhados pelo Plano Piloto. O turista com deficiência é orientado sobre como se deslocar entre os pontos, como acessar cada um desses locais e o que vai encontrar em cada um deles. A rota de turismo acessível foi lançada na quinta-feira, 17 de fevereiro, na Casa de Chá da Praça dos Três Poderes, pela secretária de Turismo do Distrito Federal, Vanessa Mendonça. Já foram duas rotas lançadas, a de arquitetura e religiosa, e elas contam com instalações para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Segundo a pasta, a empreitada pode beneficiar 46 milhões de brasileiros.

Segundo a Secretária, as rotas estão sendo feitas com base no feedback que as pessoas que vivenciam a falta de acessibilidade têm passado para ela. São 131 mil pessoas com deficiência em Brasília, ainda segundo Vanessa. Era um objetivo de Vanessa, desde o início da gestão, colocar Brasília como uma referência de turismo acessível. “Senti a necessidade de junto das outras pastas, reposicionar a cidade como um destino que sabe da importância de se acolher bem e desenvolver esses roteiros”, sintetiza. Ela acredita que agora, a cidade é a mesma, mas o que mudou foi o olhar sobre ela. “O novo olhar do turismo, porque quando olhamos para essa cidade com amor e carinho, com absoluta certeza que tem que ocupar o lugar que é só dela. Ela já nasceu um destino turístico. Quando ela nasceu o mundo inteiro estava aqui e olhou para ela”.

Segundo Vanessa, a pasta olha para o turismo como um trabalho para a população da cidade em primeiro lugar, para depois falar com o visitante. “Quando falo cidade eu digo Brasília e as Regiões administrativas. Como esquecer de Planaltina com a pedra fundamental?”, questiona. Ela relata que o setor que mais emprega é o turismo, e tem a convicção de que o turismo é uma fonte geradora de emprego e renda que se faz diuturnamente. “Então vamos para o turismo rural, vamos olhar para o agricultor que está ali e criar uma rota, e dar um novo significado para todos que estão nesse sentido”, afirma.

De acordo com a secretaria, a oitava capital mais instagramável do mundo é Brasília. E com muito orgulho, ela comenta que o Google Travel registrou que a capital foi um dos destinos mais procurados do ano de 2021.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Henrique Severien, acredita que o tema de acessibilidade no turismo seja de extrema relevância, e que o setor de hotelaria já tinha começado a tratar sobre o assunto. “Mas de uma maneira muito tímida, e não deveria ter sido tratada de maneira econômica, sim de maneira humana”, confessa. Ele espera que em breve seja tratado também sobre as doenças raras.

Presente também na assinatura do Acordo, o presidente da Fecomércio, José Aparecido Costa Freire, enxerga no turismo um setor fundamental. “Turismo é uma área que gera no mundo inteiro uma quantidade de empregos absurda.”, destaca. Segundo ele, a pandemia atrapalhou o turismo, que junto dos eventos, foi uma das áreas que mais sofreu, e com isso, ele frisa que o setor tem que ser de relevância para a capital. Ele conta que esse projeto é para atrair o turismo do Brasil e do mundo no final de ano. Porque, é preciso incentivar o turista a adentrar nos pontos turísticos da cidade. “Muitas pessoas não têm noção do que é o memorial JK por dentro. Quem pode imaginar o que é uma Catedral por dentro? Isso dentre tantos pontos turísticos que nós temos”, exemplifica. José Aparecido se recorda do antigo presidente da instituição, Francisco Maia, que faleceu faz um ano, vítima de covid-19.

O superintendente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano, acredita que esse é o despertar que o brasiliense e o resto da população brasileira precisam para se conscientizar quanto ao turismo e história da capital. Adalberto cita a filiação com o Google, e acordo com a TV Cultura, para dizer que existe um interesse mundial pela história do Planalto Central. “Este que precisa ser avivado pelos brasileiros também”, comenta. Segundo o representante do Arquivo Público, a instituição vai inaugurar um centro de pesquisa com direito a cinema e sala de pesquisa digital totalmente inclusiva.

O secretário da Pessoa com Deficiência do DF, Flávio Santos, se orgulha do projeto, que considera uma ação de visão de futuro. Para ele, acessibilidade não é apenas para pcds, é uma acessibilidade para todos. “Quando você tem um quarto acessível, ele serve para pessoas com limitações de dificuldade de locomoção e assim por diante. É algo para a comunidade, não apenas para turistas, mas para pessoas de Brasília que têm sido impedidas de conhecer e acessar os lugares pela falta de acessibilidade”, conjectura.

Edson Cavalcante de Queiroz Júnior, gestor da Embratur, acredita que o tema é de extrema relevância para o presidente Carlos Brito e para a sociedade como um todo. O Secretário Nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo, Fábio Augusto Oliveira, é categórico em falar que o acordo tem como objetivo criar um piloto para levar ao Brasil inteiro. “Temos exemplos em outras cidades, mas Brasília já tem uma rota”, salienta. E ele concorda com Edson sobre a acessibilidade ser um tema para todos, porque cita os idosos e pessoas com obesidade, para serem contemplados com o projeto também.

A embaixadora da República Dominicana, Patrícia Villegas de Jorge, acredita que esse projeto vai fazer com que o Brasil seja exemplo para outros países latinos. Ela quer levar a ideia das Rotas Acessíveis para seu país. Este, que segundo a mesma, recebe média de 8 milhões de turistas por ano.

Serviço

Rota acessível:

Rota Arquitetônica:

  • Praça dos Três Poderes
  • Catedral
  • Torre de TV
  • Planetário
  • Complexo da República
  • Memorial JK

Rota Religiosa

  • Igrejinha de Fátima (308 Sul)
  • Catedral Rainha da Paz (Eixo Monumental)
  • Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida (Eixo Monumental)
  • Templo da Boa Vontade (916 Sul)
  • Santuário Dom Bosco (702 Sul)

Acessibilidade disponível

  • Vagas nos estacionamentos com zebramento e meio fio rebaixado
  • Acesso ao memorial sem degraus
  • Piso tátil no interior do atrativo
  • Elevador para acesso ao segundo pavimento
  • Banheiros acessíveis
  • Material promocional em Braile
  • Braile ou audiodescrição na maioria das obras expostas
  • Cadeira de rodas disponíveis para empréstimo
  • Atendentes qualificados
  • Entrada gratuita para PCD e acompanhante

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