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Brasília

Black Friday sem contrariedade

O Procon-DF destacou as principais formas que vendedores mal intencionados têm de se aproveitar do público animado com a data

Redação Jornal de Brasília

11/11/2023 8h45

Guilherme Pontes
[email protected]

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Fecomércio (IF), 84,2% das empresas de comércio, bens, serviços e turismo do DF irão aderir à Black Friday. A campanha, que este ano tem seu ponto alto no dia 24 de novembro, se encaminha para ser um dia trabalhoso aos comerciários, feliz aos comerciantes, chamativo aos clientes, e também uma oportunidade aos golpistas. Em meio à euforia das promoções, é necessário ficar atento para não pagar a mais. O Instituto de Defesa ao Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF) destacou as principais formas que vendedores mal intencionados têm de se aproveitar do público animado com a data.

A “oportunidade única”, segundo o órgão, é uma estratégia muito usada, e raramente se trata de uma chance, de fato, “única”. Liquidações acontecem principalmente após as festas de fim de ano, então é bem provável que o preço de determinado produto volte a aparecer nas vitrines. Isso também pode ser aplicado para que a loja se livre de itens com defeito. A prática, porém, não é necessariamente ilegal, desde que as avarias sejam apresentadas e justificadas ao consumidor como motivo do desconto. Planejar-se antes da compra e evitar a impulsividade é o melhor.

A falsa promoção é também muito aplicada, seria a famosa “metade do dobro”. A loja sobe o valor de um produto na véspera da Black Friday, e depois volta a baixá-lo, o que faz com que o cliente pense que está pagando menos. Essa estratégia se encaixa em publicidade enganosa, proibida por lei e é passível de penalização. Guardar links e folhetos de ofertas anteriores à data é uma forma de se proteger deste tipo de armadilha.

Em se tratando da compra em sites, especificamente, o maior cuidado deve ser em relação à integridade do endereço url. Qualquer site que comece com as letras “https”, e não somente “http”, é seguro, e vai criptografar os dados que forem inseridos. Em caso de, ainda assim, o site não despertar confiança no comprador, é importante verificar a sua reputação, o número de reclamações e elogios.

Caso a compra seja realizada em um site que hospede as vendas, como o Mercado Livre, ou OLX, é importante fazer todas as transações dentro da plataforma e desconfiar caso o vendedor insista em que o pagamento seja realizado por outras vias, pois assim, perde-se a garantia de reembolso.

O Procon-DF vai intensificar a fiscalização nos principais centros e nos maiores sites de comércio eletrônico para verificar o cumprimento das ofertas e publicidades enganosas, entre outras questões. Mas independente do efetivo empenhado em proteger o comprador, a atenção é o mais importante para diferenciar ofertas reais e falsas e é a melhor forma que o consumidor tem de se proteger. “A maior recomendação nesse momento que antecede a data é que o consumidor fique atento ao que quer comprar, passe a monitorar a evolução dos preços e, principalmente, guarde os anúncios das ofertas, porque, quando chegarem as promoções da própria Black Friday”, orienta o diretor-geral do órgão, Marcelo Nascimento. Para denunciar uma atividade estranha, ou claramente ilegal, é possível fazer uma reclamação pelo email [email protected].

Estimativas do Instituto Fecomércio apontam que a maioria dos comerciantes, 98,3%, espera vender mais no meio físico e 1,7% no meio digital. Vale ressaltar que as compras de 2022, no DF, foram, majoritariamente, no meio físico, 97,4%, segundo as estimativas. É importante estar preparado para lojas cheias.

Marcela Alves de Oliveira está entre as que preferem comprar presencialmente. Ela diz que vem há uma semana passando de loja em loja, para se prevenir de não entrar na “Black Fraude”. Apesar do dia de promoções próximo ao natal, ela se concentra em comprar utilidades, como eletrodomésticos, e não presentes.

Surgimento

Aproximadamente 147 milhões devem ser injetados na economia local pela data. Segundo o IF, a adesão de comerciantes à Black Friday no Brasil começou em 2016. Com forte influência da data estadunidense que sucede o Dia de Ação de Graças, lojistas começaram a inserir promoções nos calendários de vendas, dando início a temporada de natal. “Embora a maioria dos consumidores prefira fazer suas compras em dezembro, uma boa parte aproveita as promoções para garantir descontos em produtos, principalmente aqueles com maior valor, como os eletroeletrônicos”, avalia o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire.

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