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Brasília

Ambulantes tomam conta da Rodoviária do Plano Piloto

Sem fiscalização, o comércio irregular que é proibido na Rodoviária do Plano Piloto aumenta. Gestão diz estar definindo ações de combate

Redação Jornal de Brasília

07/07/2022 17h58

Foto: Marcos Nailton

Marcos Nailton
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Na Rodoviária do Plano Piloto, os vendedores ambulantes tomaram conta dos espaços onde cerca de 700 mil pessoas transitam diariamente. É grande a dificuldade em caminhar na rodoviária e não ter que desviar de mercadorias espalhadas pelo chão do terminal.

Em uma apuração realizada pela equipe do JBr nesta quinta-feira (7), foi possível encontrar produtos em diversas plataformas ao redor da rodoviária. Entre as plataformas C e F é onde há mais concentração de mercadorias, entre elas, roupas em maior proporção, além de bancas de alimentos como frutas e verduras.

Na plataforma superior também não é diferente, é possível encontrar esses itens em todo percurso e até próximo ao Shopping Conjunto Nacional. O único ponto na Rodoviária do Plano Piloto onde não há objetos espalhados pelo chão é em frente a administração da rodoviária, pois há barreiras plásticas de trânsito para impedir a ação dos comerciantes.

O JBr tentou conversar com comerciantes que alugam os espaços no terminal para trabalhar, porém nenhum quis dar entrevista devido a possíveis represálias vindas dos trabalhadores irregulares.

Em 2018, a Lei nº 6.190 regulamentou o trabalho dos ambulantes na capital. O texto prevê que eles precisam ser cadastrados para que possam atuar de forma organizada, com identificação e dentro da formalidade. Em abril de 2019, o governador Ibaneis Rocha publicou o Decreto nº 39.769/2019, que dá às administrações regionais o papel de indicar e classificar as áreas públicas destinadas aos ambulantes.

Única fonte de renda

Em entrevista, a ambulante e moradora de Ceilândia, Fernanda Pinheiro, contou que desde criança acompanhava os pais, que também são ambulantes, até a Rodoviária do Plano Piloto para vender as mercadorias e que só continua até hoje pois não consegue oportunidades de emprego. Ela também disse que trabalhou durante toda a pandemia para pagar o aluguel de casa e não ficar sem renda.

“Eu vivo disso, se eu parar de trabalhar vou viver de quê? Eu trabalho aqui e não tenho outra renda. O número de pessoas trabalhando aqui aumentou, o tanto de gente que ficou desempregada e tem que pagar aluguel, […] Pago R$ 800,00 reais só de aluguel, lá na Ceilândia você não acha um aluguel por menos que isso, a situação está insustentável”, contou Fernanda Pinheiro.

Em nota ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (SEMOB/DF), responsável pela gestão da rodoviária, informou que as ações de fiscalização ocorrem de forma conjunta com outros órgãos do governo, e que as ações de combate ainda estão sendo definidas, buscando o melhor formato para o combate ao comércio irregular na área da Rodoviária do Plano Piloto.

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