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Brasília

Agosto termina com baixo número de óbitos e casos de covid-19

Assim, agosto se tornou o segundo mês com menor número de óbitos desde o início da pandemia, atrás apenas do mês de março de 2020

Redação Jornal de Brasília

31/08/2022 17h30

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Gabriel de Sousa e Thiago Henrique de Morais
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Após meses nebulosos por conta da pandemia de covid-19, o mês de agosto terminou com números extremamente baixos de mortes e casos confirmados na capital federal. Com seis vítimas em 31 dias, a última vez que um óbito foi registrado no DF foi há exatas três semanas. Nas ocorrências diárias, houveram pouco mais de 6 mil infecções contabilizadas.

Assim, agosto se tornou o segundo mês com menor número de óbitos desde o início da pandemia, atrás apenas do mês de março de 2020, com três mortes registradas. Período esse em que as ocorrências começaram a ser contabilizadas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), e representava um contexto muito diferente do atual, no qual o coronavírus começava a eclodir. 

Tanto é que naquele mês, foram registrados 333 casos confirmados, com 0,9% dos casos evoluindo para óbito. No mês passado, em um contexto no qual a grande maioria dos brasilienses já possuem o esquema vacinal completo, foram registradas 6.709 infecções pela SES/DF, o que fez com que a taxa de letalidade fosse bem menor, contabilizada em 0,09%. Ontem, foram registrados 136 casos.

O número de infecções mensais foi o segundo menor entre os oito primeiros meses de 2022, atrás apenas de abril (4.222). O mês passado também foi o sétimo menor em toda a pandemia de covid-19, sendo quase quinze vezes menor do que em junho, quando o DF bateu o seu recorde mensal de infecções, com 95.042 casos confirmados.

Uma realidade distante dos piores momentos

O Jornal de Brasília verificou sumariamente todos os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Saúde e verificou que a situação do mês de agosto se distancia dos piores momentos já registrados da pandemia no DF. 

O mês de abril de 2021 foi o mês com o maior número de mortes em toda a pandemia, com 34.419 óbitos: um número 5.736 vezes maior do que as seis ocorrências registradas no mês anterior. A data que houve mais mortes pela covid-19 aconteceu no dia 1º de abril do ano passado, com 121 novos óbitos em 24 horas. Em agosto de 2022, o dia 10 foi o único que teve mais de um óbito contabilizado.

A data com o maior número de infecções diárias foi registrada pela Saúde no dia 31 de janeiro deste ano, com 11.508 infecções em 24 horas. Como efeito de comparação, o dia 8 de agosto foi o que contou com mais ocorrências, com 720 novos casos confirmados.

O número mensal de mortes por coronavírus no DF é gradativo desde o mês de fevereiro de 2020. Naquele período, foram registrados 240 óbitos. Em março, foram 168, em abril, foram 67, e, em maio, 40. Em junho, houve um pequeno crescimento, com 68 vítimas sendo contabilizadas. Por fim, no mês de julho, ocorreram 60 falecimentos por conta da covid-19.

Especialista diz que números podem ser celebrados

De acordo com o infectologista Dalcy Albuquerque, não se pode comparar de forma especializada os números atuais da pandemia com os de anos anteriores, já que, atualmente, o contexto pandêmico está melhor do que os tempos passados. “Havia outras cepas, situações que nós não conhecíamos ainda, como formas de transmissão, e havia problemas de vagas na UTI. Não conhecíamos tratamentos de suporte para pacientes graves e não tínhamos imunizante”, explica.

Segundo o especialista, os números atuais podem ser comemorados pelos brasilienses. Ele observa que, mesmo no pico de infecções ocorrido durante a transmissão comunitária da variante ômicron, o número de óbitos não teve as mesmas proporções. Para Albuquerque, o principal fator que possibilitou estes números positivos foi a vacinação da população local

“Os hospitais não estão tão afogados como estiveram em 2021, ou em 2020. O segundo fator, que é mais importante, sem dúvida nenhuma, é que existe o imunizante, e boa parte, principalmente da população de risco, que é aquela que acaba morrendo mais, já está vacinada com o esquema completo”, comenta.

Albuquerque também observa que um dos fatores que podem ter propiciado o fenômeno atual de diminuição do número de casos foi devido a possibilidade de os doentes com sintomas leves realizarem os autotestes em farmácias. O especialista pondera que a redução dos óbitos não possui a mesma explicação, já que os brasilienses que possuem agravamentos vão para o hospital e por lá são notificados. “O paciente com caso grave e que vai a óbito, ele acaba, inexoravelmente, procurando um hospital. Então, se você não tem uma procura por um hospital, é um ótimo indicador que os casos graves não estão acontecendo”, diz Dalcy.

Saúde destaca a importância da vacinação

Para Fabiano dos Anjos, diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do DF, o contexto atual da pandemia, em que não há um alto número de infecções e de mortes, foi graças à vacina contra o coronavírus. “Essa situação identificada demonstra justamente a efetividade da vacinação contra a covid-19. Observa-se que, além da diminuição do número de casos, o número de hospitalizações e de óbitos diminuíram significativamente”, destaca.

A campanha de imunização no Distrito Federal começou no dia 19 de janeiro de 2021, e, de acordo com o Vacinômetro da Secretaria de Saúde do DF, 91% dos brasilienses já receberam a primeira e 86% receberam a segunda dose ou a dose única. Para Fabiano, a grande abrangência do imunizante alterou a realidade da covid-19 na capital. “É a capacidade que a vacina tem de proteger a população, principalmente da gravidade com relação à doença, e de óbitos. Deve-se reforçar a importância de se vacinar e de completar o seu esquema vacinal”, conclama.

Tendo em vista a grande importância da vacina contra a covid-19 para a diminuição dos óbitos, o diretor de Vigilância em Saúde aproveitou para fazer um chamado aos pais que ainda não levaram os seus filhos para se imunizar. “Uma forma de proteger as suas crianças, é dando a eles a oportunidade de se proteger contra uma doença que, se a criança vir a ficar doente, pode significar a perda da sua vida”, destaca Fabiano dos Anjos.

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