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Brasília

Acidentes com animais peçonhentos crescem 34% no primeiro semestre

Segundo o documento, a média de notificações em 2022 foi de 45 por semana epidemiológica, enquanto 2023 registrou 73

Redação Jornal de Brasília

04/10/2023 16h11

Foto: Secretaria de Saúde

Nos primeiros seis meses deste ano, o número de acidentes com animais peçonhentos notificados no Distrito Federal cresceram 34%, se comparado ao mesmo período de 2022. Desde janeiro, foram registrados, ao todo, 1.904 casos, contra 1.176 no ano passado. A Região de Saúde Norte, especialmente Planaltina, destacou-se como a área de maior ocorrência de acidentes.

Os dados são do Boletim Epidemiológico de Acidentes por Animais Peçonhentos no DF, elaborado pela Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS), da Secretaria de Saúde (SES-DF). Segundo o documento, a média de notificações em 2022 foi de 45 por semana epidemiológica, enquanto 2023 registrou 73.

Dos 1.904 acidentes notificados, 1.790 foram em residentes do DF. Destes, 78,1% representam ocorrências envolvendo escorpiões. “Os acidentes causados por esses animais são os que mais chamam a atenção, representando a grande maioria. O que preocupa é a tendência de crescimento identificada”, explica o biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival) Israel Moreira.

Apesar do aumento no número de acidentes, não houve óbito em residentes no DF. Foi notificada, contudo, a morte de um adulto, causada por serpente no estado de Goiás. No caso, o paciente apresentou complicações sistêmicas, mesmo com o uso de soroterapia. O documento na íntegra pode ser conferido no portal da SES-DF.

Com o retorno das chuvas, especialistas afirmam que as ocorrências com escorpiões crescem e que lagartas lonomia – que queimam e podem provocar hemorragias – começam a aparecer nos pés de manga e de outras árvores frutíferas.

Perfis

Os dados de acidentes causados por animais peçonhentos no DF foram separados pelas notificações de picadas de: escorpião, serpentes, aranhas, abelhas e lagartas.

O perfil dos acidentes por escorpião, que representaram 78,1% dos casos, demonstra que 747 (53,4%) ocorreram no sexo feminino; 714 (51,1%) estavam na faixa etária de 20 a 49 anos; 1.265 (90,5%) eram residentes da área urbana; e a maioria (1.236/ 88,4%) foram classificados como leve.

Em relação às serpentes, foram 68 acidentes, sendo 50 (73,5%) no sexo masculino; 37 (54,4%) na faixa etária de 20 a 49 anos; 29 (42,6%) residente zona rural e periurbana; e 30 (44,1%) foram classificados como moderado e grave, recebendo soroterapia.

Foram notificados 75 ocorrências envolvendo aranhas entre residentes do DF, sendo 41 (54,7%) do sexo masculino; 38 (50,7%) em adultos jovens; e, a maior parte, morador de áreas urbanas (65; 86,7%). Os acidentes por lagarta representaram 5,4% (88) do total, sendo 45 (51,1%) do sexo feminino; 70 (79,6%) residentes de área urbana; e a maioria foi classificada como caso leve (82/ 93,2%).

Houve ainda notificação de 82 (4,6%) acidentes por abelha em residentes de área urbana (70/ 85,4%); 43 (52,5%) em pessoas do sexo masculino,; e 69 (84,2%) classificados como leve.

Prevenção

Para evitar os acidentes e reduzir a tendência de crescimento, é necessário um cuidado especial da população com os ambientes de trabalho e residencial, segundo Moreira. A atenção visa eliminar as condições favoráveis de acesso, abrigo e alimentação dos animais peçonhentos.

“Quando se elimina um desses componentes, é possível interferir na ocorrência de peçonhentos, reduzindo a exposição ao risco de picadas”, explica o biólogo. O especialista sugere manter os quintais livres de vegetação alta, entulhos, restos de materiais de construção e acondicionar o lixo corretamente. Além disso, é recomendável usar telas em ralos e janelas e vedar frestas e vãos.

Em caso de acidentes, deve-se lavar o local da picada com bastante água e sabão, mantendo elevado o membro afetado e procurar atendimento médico imediatamente. É importante informar ao profissional o máximo possível de características do animal e, se possível e seguro, capturar e levá-lo junto para identificação.

Vale ainda retirar acessórios que possam levar à piora do quadro, como anéis, fitas e calçados apertados. Em nenhuma hipótese, afirma o biólogo, deve-se fazer torniquete, garrote, ou furar, cortar ou ainda aplicar qualquer substância no local da picada.

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