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Brasília

A capital fica para trás com 4º dose

Ao contrário de outros estados do país, DF não terá aplicação do chamado “segundo reforço” para menores de 40 anos

Redação Jornal de Brasília

07/11/2022 18h09

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Elisa Costa
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Mesmo incentivando a população a se vacinar, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) não amplia a faixa etária para aplicação da quarta dose da vacina contra a covid-19 desde junho deste ano. Em São Paulo, qualquer maior de 18 anos já pode se vacinar com a segunda dose de reforço – por lá, mais de 12 milhões já receberam o imunizante. No Rio de Janeiro, mais de 3,2 milhões de pessoas tomaram o segundo reforço e na Bahia, 44,2% da população, referente a mais de 2,5 milhões de baianos, já tem o reforço no braço. No Distrito Federal, pouco mais de 590 mil pessoas tomaram a dose.

Atualmente, apenas o grupo maior de 40 anos é contemplado com a quarta dose da vacina. “Em 14/09/22, a SES recebeu um ofício do Ministério da Saúde que recomendou não aplicar doses de reforço adicionais em pessoas com menos de 40 anos. A partir daí, a pasta passou a seguir a nova orientação do órgão federal”, explicou a secretaria em nota. Também chamada de “segundo reforço”, a dose só deve ser aplicada naqueles que tomaram o primeiro reforço há pelo menos quatro meses. A quarta dose é oferecida nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 30 regiões administrativas da capital, listadas no site oficial da SES.

Até o último levantamento da SES, mais de 170 mil pessoas acima de 12 anos não possuíam o registro de início do ciclo vacinal contra a Covid-19. Outras 110 mil pessoas acima de 12 anos que já estavam aptas a receberem a D2, mas não retornaram às unidades de saúde. Com relação à primeira dose de reforço, estima-se que 740 mil pessoas estejam aptas, mas ainda não retornaram às unidades de saúde. “Diante disso, a pasta tem intensificado as ações de busca ativa, como o carro da vacina, e de vacinação aos finais de semana”, argumentou.

A SES aplicou 7.101.863 doses de vacina desde o início da campanha, com isso, 89,31% da população está imunizada com a primeira dose, 84,32% com a segunda dose, sendo que mais de 1,4 milhão de pessoas já tomaram a dose de reforço. A vacinação continua em andamento na capital federal em cerca de 90 unidades de saúde, com a oferta da vacina infantil, primeira dose, segunda dose, dose de reforço, segundo reforço, vacinação por drive-thru (somente para adultos) e vacinação noturna. Os usuários devem comparecer com documento de identidade com foto, CPF e o cartão de vacina. Se o cartão for extraviado, será realizada busca nos sistemas de registro.

Para quem tem medo da vacina

Ao Jornal de Brasília, o médico Dalcy Albuquerque explicou: “Tomar quatro doses ou mais da vacina não faz mal, isso já foi avaliado e está dentro de um intervalo razoável. A função é reativar o sistema imunológico para melhorar a imunidade, já que não temos ainda uma vacina específica para as diferentes variantes”. Para o especialista, as vacinas concedem aos cidadãos maior imunidade contra quadros graves e reduz consideravelmente o número de óbitos, por isso, é essencial procurar por proteção. “As pessoas vão se infectar outras vezes, então as pessoas com risco maior de complicação devem manter determinadas medidas preventivas. Para um idoso, um portador de HIV, a recomendação é que ele readote o uso de máscara principalmente em ambientes fechados”, recomendou.

DF continua com alto risco de contágio por covid

A taxa de transmissão da covid-19 no Distrito Federal continua em alta. Ontem o índice fechou em 1,23, o que significa que 100 pessoas podem contaminar outras 123. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando a taxa passa de 1 significa que a pandemia está em aceleração. O índice subiu 0,06 pontos desde o boletim de sexta-feira (4), o que coloca a população novamente em alerta para os cuidados com a doença.Com maiores chances das pessoas se contaminarem, o Governo do Distrito Federal (GDF) tem veiculado uma propaganda que alerta a população sobre a importância de ter a vacina como método de prevenção.

Especialistas da área da saúde afirmam que a alta do índice na capital do país pode ter mais de um fator, como o surgimento de uma possível nova cepa e o aumento da circulação do vírus mesmo em pessoas vacinadas, contudo, em resposta ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) explicou: “A SES tem mantido a vigilância genômica ativa e, até o momento, não foi detectada a introdução de nenhuma variante nova no DF”. Segundo o médico Dalcy, essas oscilações na taxa de transmissão vão continuar acontecendo, com picos de contaminação que depois vão reverter.

Segundo o boletim epidemiológico, a capital da República não registrou óbitos ocorridos ou notificados nas últimas 24 horas, no entanto, surgiram 106 novos casos da doença entre sexta-feira (4) e segunda-feira (7), o que resulta em 67 casos a mais que o registrado pelo levantamento anterior. Aqui no DF, 843.265 pessoas já se contaminaram com a covid-19 desde o início da pandemia e 11.832 vieram a óbito. “É possível que venhamos a conviver com a covid de maneira endêmica, com episódios de epidemia”, contou Dalcy Albuquerque.

As faixas etárias com maior incidência de casos registrados são a de 40 a 49 anos e a de 80 anos ou mais. A região que acumula mais casos de covid é o Plano Piloto, com 104.187 casos, seguido por Ceilândia, com 77.476 e Taguatinga, com 62.394. Mais de 827 mil pessoas já se recuperaram da doença, e maior parte dos contaminados são mulheres, que somam 56,1% do total de casos, enquanto os homens somam 43,9%. Entre os profissionais de saúde foram contabilizados mais de 17,6 mil casos da doença.

No que diz respeito às comorbidades, mais da metade dos infectados enfrentavam a cardiopatia (50,3%), seguido dos distúrbios metabólicos (31,4%) e pneumopatia (16%). Até o momento, o Distrito Federal e outros estados do país já enfrentaram três variantes da covid consideradas de alto risco para a população: a alfa, que chegou em setembro de 2020; a delta, que foi identificada em julho de 2021, e a ômicron, que preocupou a população em dezembro de 2021.

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