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Vinhos e Vivências
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Espumante, o vinho da folia!

Carnaval sempre esteve atrelado a cerveja e a outras bebidas de fácil e rápido consumo. Porém, o espumante, que vem se tornando cada vez mais popular, pode aparecer como uma novidade neste ano

Cynthia Malacarne

17/02/2023 11h44

Foto: Cynthia Malacarne

Carnaval sempre esteve atrelado a cerveja e a outras bebidas de fácil e rápido consumo, mas, mesmo que devagar, o espumante ganha cada vez mais espaço em festas e comemorações populares. Isso fica ainda mais evidente se considerarmos que, em 2022, a região de Pinto Bandeira-RS recebeu a Denominação de Origem (DO) Altos de Pinto Bandeira para espumante. Dentre os países produtores de vinho, incluindo Argentina, Uruguai, Chile, Estados Unidos e México, apenas o Brasil possui este título.

Por que os espumantes brasileiros são tão premiados? Por que o Brasil é reconhecido internacionalmente pela qualidade de seus produtos? Talvez muitos brasileiros não saibam, mas, principalmente, na região da Serra Gaúcha, especificamente em Pinto Bandeira, encontra-se as condições climáticas, características do solo, altitude e expertise ideais, desenvolvidas pelos produtores. Isso fez do nosso país referência na elaboração.

As uvas utilizadas para a fabricação de espumantes são as mesmas para a produção de vinhos tranquilos, entretanto, o grau de maturação da uva e o método de vinificação são diferentes. O vinho espumante pode ser vinificado de várias maneiras: existe o método tradicional, também conhecido como Champenoise, o método Charmat, o Ancestral e o Asti. Vou explicar brevemente os dois métodos mais utilizado nos espumantes brasileiros:

Método Tradicional ou Champenoise
Geralmente as uvas são colhidas manualmente, para evitar que os cachos sofram danos e assim impedir a oxidação precoce. Em seguida, são levadas para a prensa e são prensadas de forma suave. Ocorre a primeira fermentação para criar vinho base seco e tranquilo (cerca de 10-11% de álcool), adiciona-se o licor de tiragem. Depois, vem a segunda fermentação em garrafa (o álcool aumenta 1,2-1,3%) A garrafa onde ocorre a segunda fermentação é a mesma que o cliente compra.

Próximo passo: autólise de levedura (o contato com células mortas de levedura cria sabores adicionais, textura mais rica). Dando seguimento ao processo, ocorre a “remuage” (processo de girar e inclinar lentamente as garrafas para baixo em uma série de movimentos para que o sedimento de levedura deslize para o gargalo da garrafa, onde pode ser congelado e expelido). Na etapa do “degorgement”, congela-se o gargalo da garrafa e retira-se a levedura ali congelada, nesse momento há uma diminuição do volume, então acrescenta-se o licor de expedição (para completar com vinho e o nível de açúcar desejado, de acordo com o estilo do espumante). O envelhecimento deste vinho se dá em garrafa, e em algumas regiões produtoras há requisitos mínimos de maturação.

Método Charmat
Neste método a primeira fermentação ocorre em cubas de inox para criação do vinho base, e a segunda, em tanques selados (o vinho base seco é colocado no tanque junto com açúcar, nutrientes de levedura e um agente clarificante). Em seguida o vinho é filtrado e engarrafado sob pressão.

A diferença entre os estilos tradicional e Charmat é que o primeiro é usado para dar mais complexidade ao espumante, enquanto no segundo busca-se um estilo mais fresco e frutado.

Já decidiu qual estilo levar para o Carnaval? Trago aqui algumas sugestões de espumantes nacionais:

Projeto Brasil de Vinhos

Em março de 2020, no início da pandemia, quatro amigos começaram a pensar em como colocar as vinícolas brasileiras em uma única plataforma, para servir de pesquisa e consulta aos consumidores de vinho. Os primeiros passos foram criar a página na web e o perfil no Instagram. Atualmente, quase três anos depois também administram uma conta no LinkedIn e organizam, a cada 15 dias, o Brasil de Vinhos Recebe, uma série de entrevistas com especialistas e personalidades do mundo do vinho. Esse conteúdo é transmitido no canal do YouTube.

“Queremos ser um hub do vinho brasileiro”, explica Lucia Porto, uma das sócias, jornalista e com formação em sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul (ABS-RS), “ligando as pontas, unindo consumidor a produtor, passando pelo comerciante”, diz. “E nossa ideia é fazer isso de um modo informativo, recheado de conhecimento e conteúdo.”

Na ABS-RS, Lucia conheceu a sócia Caroline Dani, que também é biomédica formada. Completam o grupo o enólogo Luiz Gustavo Lovato e o analista de sistemas Róger Thieme Perotto.

O Brasil de Vinhos é uma instituição sem fins lucrativos, o grande objetivo é divulgar o vinho brasileiro, por meio das vinícolas e comércios. O trabalho feito pelos amigos, até então, é totalmente voluntário, realizado em seus horários de lazer, muitas vezes no final de semana e fora do expediente. 

As vinícolas e lojas cadastram-se no site do Brasil de Vinhos e colocam ali suas informações, bem como os seus produtos, vinhos e enoturismo.

Para conhecer mais o trabalho desta instituição basta acessar o site, o canal no YouTube e o perfil no Instagram.

Da esquerda para a direita: Roger Thieme Perotto, Luiz Gustavo Lovato, Caroline Dani e Lucia Porto. Foto: Divulgação/Brasil de Vinhos

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