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Estilo de Vida

“Terminei com ela porque me sentia impotente…”

Os desafios profissionais, as pressões sociais e a dificuldade de expressar sentimentos podem afetar a virilidade e a conexão íntima.

Lu Miranda

05/04/2024 8h00

Atualizada 04/04/2024 23h21

Eduardo, nome fictício, atualmente com 39 anos, não se identifica com o que faz profissionalmente, tem poucos amigos e pratica atividade física esporadicamente. Sente-se bastante ansioso e inseguro em inúmeros contextos, mas não demonstra nem conversa sobre isso com ninguém, pois aprendeu que falar sobre questões emocionais é coisa de mulher.

Edu bebe socialmente e, apesar dos poucos amigos, gosta de encontrá-los para jogar conversa fora. Nesse contexto, ele ri, brinca, nem parece ter tantos problemas em casa. Quando perguntam, logo diz que está tudo bem e muda de assunto.

Eduardo se relaciona com Rafaela (nome fictício) há 9 anos. Ele – que era uma pessoa admirável para si e para ela – passou a se sentir impotente, já que o trabalho não dava a ele os retornos emocional e financeiro que almejava. Já Rafaela estava indo muito bem, sentia-se realizada profissionalmente e recebia o valor que gostaria no momento.

Ver Rafaela crescer profissionalmente fez Eduardo se sentir ainda mais diminuído na relação. Afinal, ele havia aprendido que o homem tinha de ser o provedor e isso definitivamente não estava acontecendo.

Para completar o cenário, a constante presença da cadelinha, o xodó do casal, tornou-se mais uma pedra no caminho da intimidade. Ter relações de intimidade passou a ficar ainda difícil, pois Edu não encontrava espaço para se conectar à Rafaela longe da cachorrinha. Eduardo mergulhou ainda mais fundo no ciclo da rejeição, ansiedade e insegurança.

A pornografia, então, tornou-se mais frequente para Edu. Afinal, era preciso liberar toda aquela energia, além de validar sua virilidade. Em meio ao caos emocional, era reconfortante constar que ainda existia ereção e que tudo funcionava perfeitamente.

Eduardo – que no início da relação se sentia leve e viril – percebia-se tomado por medos e ansiedades. Infelizmente, abrir-se com Rafaela sobre todos esses sentimentos não era uma opção. Com receio de ser julgado por estar se sentindo daquela forma, ele colocou um fim na relação.

Sobrecarregado e perdido, Eduardo, finalmente, busca ajuda terapêutica para navegar pelo labirinto de suas emoções. Chegou sentindo-se derrotado e fracassado, principalmente em razão do término.
Eduardo precisava de um terceiro olhar – uma visão de fora –, de um profissional que colocasse luz no que precisava ser, de fato, identificado e trabalhado.

Com coragem e apoio, ele passou a se acolher, desvendar suas inseguranças e redefinir conceitos e valores que o aprisionavam. O caminho é longo, mas Edu já se sente mais seguro para lidar com as dificuldades profissionais e da vida, o que inclui retomar sua vida com a Rafaela.

Atualmente, ele e a Rafa fazem terapia comigo. Ambos estão dispostos a crescer e aprimorar a relação.

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