As organizações são sistemas vivos, com atividades, movimentos, funções, órgãos, sistemas e processos que permitem sua existência. A Empresa pulsa como qualquer outro ser vivo nesse planeta, e se move diariamente pela sobrevivência.
Sistema é um todo complexo ou organizado. É um conjunto de partes ou elementos que formam um todo unitário ou complexo [1]. Sistema é um conjunto de elementos interdependentes e interagentes, um conjunto ou combinações de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário [2].
Como todo ser vivo, as organizações estão expostas a elementos patológicos que podem lhe causar enfermidades organizacionais, capazes de acometer a empresa de doenças empresarias, que precisam ser tratadas e combatidas.
Nesse contexto, a memória me remeteu à ‘Teoria Geral dos Sistemas’ dos anos 1950, do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy, e também me trouxe a lembrança de uma música do final dos anos 1980, fazendo convergir meus pensamentos nos sistemas vivos, seres humanos e organizações.
Os versos da canção ‘O Pulso’ da Banda Titãs, dos compositores Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Bellotto, recorrem a uma grande enumeração de enfermidades, percorrendo uma sequência de doenças mas, ao mesmo tempo, reafirma a força natural e vital da vida: “o pulso ainda pulsa”.
Apesar das ameaças à sua existência, as organizações persistem diariamente na força para continuarem vivas e operantes, se manterem vivas no mercado e na sociedade, em seus negócios financeiros ou sociais.
Nas empresas também pulsam ‘componentes’ que compõem o sistema organizacional, o organismo corporativo, o ser vivo que é uma organização, com todas as suas partes e elementos interagindo e compartilhando recursos.
Diagnóstico das patologias organizacionais
Em uma pesquisa na internet, consultando artigos e textos sobre problemas organizacionais, selecionei uns, acrescentei outros, e elaborei uma coletânea das ‘enfermidades’ mais comuns nas empresas, que ameaçam sua existência.
É um rápido diagnóstico de patologias organizacionais, não limitante, que acometem muitas organizações e são conhecidas por muitos de nós no dia a dia das empresas. Vejamos:
1 – Modelo de gestão do negócio inadequado
2 – Organização não sabe onde e (ou) como chegar
3 – Gestão de custos e despesas ineficaz
4 – Gestão de compras, vendas e estoque ineficiente
5 – Gestão financeira e orçamentária com falhas
6 – Inadequada margem de lucro
7 – Precificação incompatível com o valor dos custos e vendas
8 – Falhas constantes na qualidade de produtos/serviços
9 – Inflexibilidade de profissionais e processos organizacionais
10 -Processos mal estruturados ou desestruturados
11 – Produtividade baixa
12 – Falha nos processos de planejamento
13 – Gestão do conhecimento ineficiente ou inexistente
14 – Miopia no posicionamento de mercado
15 – Não ter informações do Mercado
16 – Não ter informações sobre os concorrentes
17 – Monitoramento dos concorrentes ou do mercado
18 – Baixa competitividade
19 – Falta de ações que fidelizam os clientes
20 – Baixo crescimento e (ou) dificuldade em adquirir escalabilidade
21 – Disputa de mercado concentrada em preços baixos, descontos e promoções
22 – Foco apenas nos problemas do dia a dia da empresa
23 – Inabilidade dos gestores para lidar com pessoas
24 – Ausência de transparência nas decisões
25 – Insatisfação por parte dos funcionários
26 – Baixo engajamento dos funcionários
27 – Clima organizacional deteriorado
28 – Falta de transparência na tomada de decisões
29 – Vaidades departamentais e profissionais
30 – Feudos setoriais internos
31 – Processos de recrutamento e seleção ineficientes
32 – Profissionais certos nos lugares errados
33 – Profissionais errados nos lugares errados
34 – Desequilíbrio entre controle e ousadia para mudar
35 – Falhas na comunicação organizacional (interna e externa)
36 – Informação não flui pela organização
37 – Trabalho entregue não é satisfatório
38 – Não possuem foco no desenvolvimento organizacional futuro
Agora, cinco enfermidades são gravíssimas e se destacam no mundo empresarial, ameaçando fortemente as organizações:
1 – Percebem problemas tardiamente, já difíceis de serem resolvidos
2 – Incapacidade de reconhecer, tratar e resolver problemas
3 – Não possuem foco no desenvolvimento organizacional para o futuro
5 – Inabilidade dos gestores para lidar com processos de inovação
6 – Baixa capacidade de inovar
Prognóstico de tratamento
Não existe remédios doces, infalíveis, perfeitos e genéricos, que se ajustam a toda e qualquer organização.
Muitas soluções de problemas organizacionais são amargas e ainda deixam efeitos colaterais na organização, nos profissionais e nas pessoas da empresa, mas são necessárias à sobrevivência e à evolução.
Um caminho promissor, auspicioso, próspero e benéfico é investir em pessoas e em inovação.
A mistura e a quantidade de cada elemento vai depender do ambiente organizacional, do mercado em que a empresa opera, dos produtos/serviços que oferece e dos profissionais que a integram e os que queira atrair e reter.
No artigo ‘Os predadores organizacionais da inovação existem’, falamos sobre os ‘seres humanos’ que ameaçam constantemente os inovadores, empreendedores e intraempreendedores.
Abordamos a falta de mão de obra qualificada e especializada em inovação, bem como a dificuldade em formar equipes e times com habilidades, conhecimentos, atitudes e competências para inovar
Falamos também dos antídotos aos predadores no artigo ‘Vencendo os predadores organizacionais da inovação’, sugerindo métodos para combater os predadores organizacionais da inovação e em se aplicar a dose certa no momento correto.
Destacamos que formar e desenvolver equipes de inovadores com o propósito e o espírito de experimentar, aprender, reaprender, executar e entregar soluções é o maior desafio atual das organizações.
E, principalmente, falamos sobre ‘pessoas’ nos artigos ‘No jardim da inovação, nem tudo são flores’ e ‘Inovação em Pessoas e evolução do Mindset’, trazendo-as para o centro da importância organizacional.
A evolução do mindset é essencial para se inovar nesse tema. Devemos considerar que Inovar é transformar algo existente em diferente ou fazer algo novo e inferimos a possibilidade de se aplicar essa perspectiva às pessoas nas organizações.
Falamos sobre as crenças, hábitos, manifestações, histórias, símbolos, comportamentos, ambientes, processos e conhecimentos organizacionais e pessoais com a intencionalidade de tornar ideias em realidade (produtos, serviços, processos, ferramentas, técnicas e tecnologia), que transformem ou contribuam para a evolução das organizações, pessoas e (ou) sociedade.
A receita é até simples: promover ações que tenham como objetivo transformar o pensamento e preparar a atitude mental dos integrantes da organização para a inovação, para o futuro!
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[1] MAXIMIANO, Antonio Cesar Amauri. Teoria geral da administração:
4ª Ed. – São Paulo: Atlas, 2004.
[2] CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração.
6ª Ed. Rio de Janeiro: Campos,2000.
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Prof. Manfrim, L. R.
Compulsivo em Administração (Bacharel). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Empreendedor maker.
Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Marketing, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação e Empreendedorismo.
Navegador atual nos mares do Banco do Brasil e UDF/Cruzeiro do Sul. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL).
Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.
Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias e avaliação de pitchs: [email protected].
? Currículo Lattes – Prof. Manfrim
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