Os eleitores no estado da Califórnia aprovaram uma medida que permitirá que os infratores em liberdade condicional votem em eleições, de acordo com os resultados divulgados nesta quarta-feira (4).
A medida afetará cerca de 50.000 californianos, de acordo com as autoridades locais.
A iniciativa foi apoiada por 59% dos eleitores nas eleições de terça-feira, segundo projeção do jornal Los Angeles Times.
Atualmente, a constituição deste estado ocidental dos Estados Unidos proíbe esse segmento da população de votar até que seus mandatos de prisão e liberdade constitucional sejam cumpridos.
A proposta foi apoiada pela senadora da Califórnia e candidata à vice-presidente Kamala Harris e pelo congressista Kevin McCarthy, o californiano que escreveu a proposta.
“A Proposta 17 dá aos californianos a oportunidade de corrigir um erro e restaurar os direitos de voto para uma comunidade carente e pessoas de cor”, disse McCarthy.
“Isso é bom para a democracia e para a segurança pública”, disse.
Os opositores à medida, incluindo o Partido Republicano da Califórnia, denunciaram-na como uma “afronta” às vítimas de crime.
A iniciativa surgiu em um momento em que os Estados Unidos lutavam contra protestos generalizados contra a violência policial e o racismo nos últimos meses.
“Esta é uma vitória para a democracia e a justiça”, disse Taina Vargas-Edmond, presidente executiva da campanha Yes On Prop 17 e cofundadora e diretora executiva da Initiate Justice, organização que defende o fim da privação.
“Por muito tempo, os californianos negros e pardos foram excluídos de nossa democracia”, disse Vargas-Edmond.
“Hoje, os eleitores da Califórnia definitivamente corrigiram um erro histórico”, afirmou.
Outros 19 estados, incluindo Colorado, Illinois e Michigan, permitem que pessoas com condenações por crimes graves que estão em liberdade condicional votem.
Dois estados, bem como a capital, Washington DC, permitem que criminosos votem enquanto ainda estão encarcerados.
© Agence France-Presse