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Wimbledon, o palco onde mais brilhou Roger Federer

Federer viveu de tudo na grama inglesa, como seu primeiro título de Grand Slam), vitórias mais marcantes e sua derrota mais cruel

Redação Jornal de Brasília

15/09/2022 18h19

Foto: AFP

Roger Federer encantou as quadras do mundo todo durante duas décadas, mas suas aventuras em Wimbledon, o templo do tênis onde foi campeão oito vezes, seriam suficientes por si só para fazer do suíço uma lenda do esporte.

Federer viveu de tudo na grama inglesa: seu primeiro título de Grand Slam (2003), suas vitórias mais marcantes (cinco consecutivas entre 2003 e 2007), sua derrota mais cruel (contra Rafael Nadal em 2008) e suas finais mais difíceis: a vencida em 2009 contra Andy Roddick e a perdida para 2019 contra Novak Djokovic, depois de desperdiçar dois match points.

Formado em quadras de saibro na Suíça, Federer descobriu o All England Club em 1998 na categoria júnior. O sucesso foi imediato: vitória no torneios de simples e de duplas. “Desde o início soube que ia jogar bem aqui. É aqui onde sou o melhor. Não sei por que”, diria mais adiante.

Na realidade, a superfície se encaixa perfeitamente com seu estilo de jogo, especialmente seus saques extraordinariamente precisos, trabalhados e variados que resvalam na grama melhor do que em outros pisos. Na final contra Roddick em 2009 (16-14 no quinto set), conseguiu anotar 50 aces. A grama também elevava seus ‘slices’ e seus golpes de direita.

Federer teve que passar pela tentativa e erro para encontrar a tática correta. Depois de seu “saque e voleio” que lhe permitiu seu primeiro grande êxito na carreira, a vitória nas oitavas de final em 2001 sobre Pete Sampras, que naquele momento era quatro vezes campeão e defendia o título, o suíço optou por uma mescla mais equilibrada entre jogo de fundo de quadra e subidas à rede.

Imbatível por quatro anos

Foi assim que ele ganhou seu primeiro troféu de Major em 2003, derrotando na final o australiano Mark Philippoussis. Seu maior obstáculo apareceu na semifinal: o americano Andy Roddick, que era cabeça de chave N.1, se tornaria uma de suas vítimas preferidas, a quem derrotou em três finais durante sua carreira.

O ambiente chique de Church Road também combinava com ele maravilhosamente. Enquanto outros campeões, como Andre Agassi, se queixavam por terem que jogar totalmente de branco, Federer nunca reclamou do famoso código de vestimenta, que correspondia a sua elegância discreta. O público inglês lhe entregou seu amor, exceto quando derrotou o britânico Andy Murray na final de 2012.

Federer é de maneira incontestável o maior jogador da história de Wimbledon e o tempo passa depressa para Novak Djokovic, que ganhou sete títulos em Londres e que precisa se apressar se quiser igualar o recorde.

Mas paradoxalmente, seu jogo mais inesquecível será sempre uma derrota: a famosa final de 2008 contra Rafael Nadal, considerada frequentemente como a partida de tênis mais longa da história ao lado do duelo entre Björn Borg e John McEnroe de 1980.

Durante quatro anos, de 2003 a 2006, o campeão suíço foi imbatível em Londres. Mas em 2007 o jovem Nadal, ainda inexperiente na final do ano anterior, levou ao limite o mestre da grama inglesa em um jogo que foi ao quinto set. No ano seguinte, a terceira final consecutiva entre Federer e Nadal seria finalmente a boa para o espanhol… e o pior dia da carreira de seu grande rival.

O “desastre” de 2008

Depois de cinco sets de um tênis explosivo dos dois lados, o suíço lançou um último golpe de direita na rede, que o levou ao “desastre” segundo ele próprio. “É de longe minha derrota mais doída. Não há comparação possível. Em Paris não foi nada”, disse depois de ter sido derrotado pelo mesmo rival na final de Roland Garros um mês antes.

Isso porque Federer sempre colocou Wimbledon acima de tudo. “Enquanto ganhar em Wimbledon e for número 1 do mundo, tudo está bem”, dizia quando Nadal o derrotava em Roland Garros (de 2005 a 2008).

Mas ele levou apenas um ano para dar a volta por cima e mais alto do que nunca. Em 2009, ainda saboreando a vitória que buscava havia tanto tempo em Paris, superou o recorde de títulos de Grand Slam de Sampras com um 15º troféu, o sexto em Londres. Manteve o recorde durante 11 anos, elevando seu número de títulos a 20, antes de ser primeiro igualado e depois superado por Nadal (em 2020) e por Djokovic (em 2021).

Outros dois troféus chegariam em Wimbledon: Em 2012, quando igualou o recorde de sete vitórias de Sampras e em 2017, quando melhorou durante sua “segunda juventude”, prestes a completar 36 anos.

Mas o destino reservou ao grande campeão uma cruel despedida: um 6-0 sofrido para o polonês Hubert Hurkacz para dar fim a uma derrota em três sets nas quartas de final da edição de 2021.

O que ninguém sabia naquele momento era que esse seria seu último jogo no torneio que o elevou ao status de lenda.

© Agence France-Presse

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